Política Titulo Editorial
(É preciso) Mais Saúde
Do Diário do Grande ABC
15/11/2018 | 10:21
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Saúde é assunto sério e ‘produto’ caro. Principalmente quando se tem como referência a população mais carente. Toda e qualquer iniciativa neste setor precisa ser tomada com parcimônia, para que a vida das pessoas não seja colocada em risco.

Ontem, após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro, o governo cubano anunciou o fim da participação dos profissionais daquele país no Mais Médicos, que foi criado em 2013 e destina-se à formação de equipes que atuam em programas de Saúde da Família em municípios de todo o País.

Bolsonaro condiciona a continuidade dos médicos cubanos à aprovação em testes de capacidade, que os salários pagos pelo governo brasileiro sejam destinados integralmente aos médicos e que estes possam trazer as suas famílias para o Brasil. Afirmações que foram recebidas pelos dirigentes cubanos como ofensas ao “profissionalismo e altruísmo” dos colaboradores.

Enquanto isso, o Ministério da Saúde garante que vai tomar todas as providências possíveis para repor as baixas e que convocará brasileiros que queiram atuar nos postos que serão deixados vagos. A pergunta é se realmente há médicos nascidos no País interessados neste trabalho. Pois foi justamente a inexistência de candidatos a justificativa para o início da ‘importação’ há cinco anos.

No Grande ABC, são seis os municípios que participam do programa e que ficarão sem 81 dos 151 médicos que atuam no atendimento às famílias, principalmente em bairros periféricos. Número alto e que fica ainda mais expressivo em cidades como Rio Grande da Serra, onde seis dos oito médicos vieram de Cuba, ou Mauá, que tem 33 em um universo de 42.

É impensável que questões ideológicas elevem o risco de doenças e até de vida dos cidadãos, principalmente dos menos favorecidos. Diplomacia à parte, é necessário que medidas sejam tomadas o mais rápido possível. O povo precisa de ações e não de bravatas. 




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