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Procura por imóvel na região pode levar 1 mês
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
25/04/2010 | 07:00
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O aquecimento do mercado imobiliário aumentou o tempo de espera para que consumidores consigam locar espaços no Grande ABC. O crescimento da demanda e a escassez de imóveis faz com que novos clientes esperem, em média, um mês até encontrar o apartamento ou a casa de seus sonhos - no ano passasdo, a média era de 15 dias.

Além do tempo maior, os novos inquilinos têm sentido diretamente no bolso o peso do crescimento na procura. Locar apartamento na região sai hoje por R$ 1.000 mensais, em média, sem contar o condomínio.

As imobiliárias do Grande ABC comemoram a ampliação do segmento e afirmam que os novos clientes demonstram outras prioridades na hora de escolher o imóvel. Antes, a busca era pautada essencialmente pelo preço.

"As pessoas estão procurando conciliar o que traz conforto e praticidade, tudo aliado à situação financeira. A ordem de prioridade é tamanho, vagas na garagem. preço e valor do condomínio" conta Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis.

"Registramos todo o tipo de procura nos padrões que vão desde o mais simples até o mais luxuoso, mas todos querem algo com lazer, próximo ao trabalho ou perto da escolas das crianças", completa Douglas Gonçalves, diretor da Gonçalves Imóveis.

A explicação para a mudança de atitude é simples: com o corre-corre diário e a rotina massante no trabalho, cada vez mais as pessoas procuram passar menos tempo se deslocando do trânsito para casa. Com isso, a busca maior por imóveis acontece em prédios próximos aos centros urbanos.

"A procura nas áreas centrais e próximo pontos de ônibus e terminais trens e Metrô é muito alta. Os apartamentos nesse estilo locam rápido e as filas de espera são muito grandes", aponta a gerente de locação da Casari Imóveis, Simone Manfrinato Andreta.

PREÇO MÉDIO - Apesar do tempo médio de espera para locação estar maior, na região, os inquilinos ainda buscam preços acessíveis ao bolso antes de optar pela mudança. Os imóveis variam, em média, de R$ 1.000 a R$ 1.300, conforme o tamanho.

"Se o preço não está dentro do mercado, demora mais para alugar. Temos uma procura muito grande, mas alguns optam por apartamentos com menos quartos, mais distantes do centro por conta dos preços", conta Simone.

Gonçalves completa que os consumidores do Grande ABC pagam mais se notarem qualidade no empreendimento. "Quando a pessoa quer, vai alugar mesmo se houve aumento, mas é preciso estar com tudo em ordem."

Rodoanel aumenta interesse pelo Grande ABC

A chegada do Rodoanel Mario Covas na região tornou ainda maior o interesse por imóveis para locação no Grande ABC. A nova via dá a alternativa para que as pessoas morem na região, mas fiquem a poucos minutos da Capital, onde trabalham.

"Nossa região é privilegiada em relação ao resto do País. O trânsito também é fator que ajuda. Temos acesso às principais vias, como Imigrantes e Anchieta, além de termos muito mais tranquilidade aqui", diz Milton Casari, proprietário da Imobiliária Casari Imóveis.

Além disso, o empresário aponta que a região possui muitas empresas que com o aquecimento da economia voltaram a contratar, o que também trouxe o interesse desses novos trabalhadores pelo Grande ABC. "Temos indústrias de carros e de metalurgia muito fortes aqui. Muitos que trabalham aqui e moram na Capital optam por morar mais próximo ao trabalho para ter qualidade de vida. Os apartamentos voltados para esse público estão locando mais rapidamente", aponta.

A diretora da Lello Imóveis, Roseli Hernandes, diz ainda que muitos executivos que trabalham nas empresas daqui optam por alugar espaços próximos ao emprego para economizar tempo. "Eles moram em outras cidades, outros Estados até, mas acabam ficando por aqui durante a semana, e por isso também procuram espaços da região."

Preços do aluguel tornam financiamento viável

A média de preços cobrados no aluguel de imóveis na região torna a possibilidade de financiamento da casa própria boa alternativa para os consumidores do Grande ABC. A locação de espaço gira em torno de R$ 1.300, enquanto que para adquirir crédito no valor de R$ 100 mil, o comprador vai pagar prestações de R$ 780 por cerca de 150 meses, quase metade do valor gasto com o aluguel.

Apesar do aparente mal negócio na escolha pela locação de imóvel, as imobiliárias afirmam que o aquecimento no mercado deve seguir forte nos próximos meses.

"Muitos não querem comprar, preferem alugar. Isso acontece com estudantes que vem para várias cidades da região para completar os estudos; executivos que trabalham aqui e moram em outros municípios; jovens casais que ainda pensam para onde querem ir ou mesmo famílias que tinham apartamentos grandes e preferem algo menor sem se desfazer do primeiro imóvel", afirma a diretora da Lello Imóveis, Roseli Hernandes.

Douglas Gonçalves, sócio da Gonçalves Imóveis, afirma que o segmento também se movimenta com pessoas que optaram pelo financiamento imobiliário.

"Muitos compram um apartamento e enquanto não o utilizam, por várias razões, o colocam para alugar e quitam as parcelas com esse dinheiro que entra", conta.

Ele completa que muitos ainda optam por pegar o dinheiro do espaço próprio e pagar outro aluguel. "Não acho bom negócio, mas muitos ficam em outros imóveis. Isso é bom apenas para unidades comerciais", conclui.




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