O projeto do governo do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), de concessão de subvenções assistenciais, por meio de emendas parlamentares, ficou travado ontem na Câmara de Santo André. Em plenário, a proposta foi protelada por uma sessão depois do pedido para análise de algumas indicações de repasse para entidades colocadas em suspeição. Ao todo, são R$ 3,93 milhões em recursos no Orçamento municipal, o que contemplaria 112 associações com trabalho social na cidade. Há ideia de parte dos vereadores de formatar lista e, a princípio, apurar a relação entre gabinete e beneficiária.

Cada detentor de cargo eletivo tem direito, conforme acordo com o Paço, a apontar R$ 300 mil em emendas, podendo ser a entidades ou obras. O valor de R$ 262 mil, por exemplo, sugerido para o Esporte Clube Sete de Setembro levantou polêmica no Legislativo. O montante refere-se a conjunto de indicações de diferentes parlamentares. Governista, Tonho Lagoa (PMB) destinou R$ 100 mil. O bispo Ronaldo de Castro (PRB) e Elian Santana (SD) também encaminharam verba. Outra questão pontuada seria a ligação umbilical de alguns vereadores com associações e troca de apoio político, abrindo margem para colocar em xeque a isenção no caso.

As entidades necessitam prestar contas da atuação. O vereador Donizeti Pereira (PV) sustentou que haverá “check list” das emendas ao admitir que “uma ou outra chamou a atenção”. “Há determinados valores que queremos entender e esclarecer a situação. De fato houve dúvidas em relação a algumas. Hoje não existe quantia máxima, um teto. Precisamos criar mecanismos para melhorar, fazendo do limão uma limonada”. Oposicionista, Ailton Lima (SD) considerou que parcela dos encaminhamentos padece de transparência. “Precisa de zelo para lidar com dinheiro público. Surgiu dúvidas e me parece que algumas instituições têm que explicar o trabalho.”