Especial para o Diário

Se pedíssemos à torcida do Água Santa para que relacionasse os jogadores que marcaram a curta história profissional do clube, certamente nesta lista figuraria Lucas Limão. Camisa 10 e dono do meio de campo do Netuno entre 2013 e a metade de 2014, o atleta conquistou os torcedores com sua raça e gols, principalmente por meio de seu principal atributo: o chute de longa distância.
O meia participou de dois acessos do clube – na Segundona, que equivale à Quarta Divisão estadual, e na Série A-3 – e foi o responsável pelos dois primeiros tentos da história da equipe no profissional, em 2013, na vitória por 2 a 1 sobre o EC São Bernardo, no Estádio do Baetão.
Atualmente o jogador está no CSA, de Alagoas, com o qual tem contrato até o fim da Série C do Campeonato Brasileiro. Entretanto, se recupera na W N Fisioterapia, em Santo André, após ter passado há mais de dois meses por cirurgia de hérnia de disco, diagnosticada durante pré-temporada no time alagoano. Já está na reta final de recuperação e a expectativa é que seu retorno aos gramados deva acontecer em breve.
Depois do vice na Segundona em 2013, Lucas Limão deixou o time de Diadema logo após novo acesso na metade de 2014, desta vez na Série A-3. Na ocasião, ele assinou contrato com o Duque de Caxias (RJ) para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro, esperando retornar ao Netuno no ano seguinte para jogar a tão sonhada Série A-2, o que, entretanto, não aconteceu.
“Fiquei naquela expectativa que eles (Água Santa) me contatassem para que eu pudesse voltar. Mas então o tempo foi passando e, no fim daquele ano, não houve nenhum contato e acabei seguindo minha vida. Quando vi que não iriam me chamar, fiquei chateado, pois já havia construído uma história no clube, já estava familiarizado e jogava perto da minha família também. Estava praticamente em casa”, revelou o meia, que é nascido e mora em São Caetano.
Por outro lado, pouco antes de o atleta de 25 anos ter esta decepção, ele viveu um momento único. Em agosto daquele ano, veio ao Anacleto Campanella jogar pelo clube carioca contra o Azulão, time que o revelou. Nas arquibancadas do estádio, alguns torcedores do Netuno foram lá apenas para vê-lo jogar. “Esta experiência foi muito boa, pois também fui jogar na minha cidade, com a família perto. E pela história que tive no Água Santa, cativei alguns torcedores e eles acabaram indo me assistir. Foi muito motivante isso. Naquele dia, serviu para eu entrar a 200 km/h no jogo”, reviveu Lucas Limão.
Apesar desta demonstração de idolatria, o jogador recusa o status dado pelos torcedores diademenses. “Não me vejo como um ídolo do clube. É preciso ter humildade acima de tudo. Acredito que, por onde você passa, tem de deixar as portas abertas e tenho certeza que fiz isso em todos os lugares onde passei. Fui muito feliz no Água Santa, fiz história. Tenho contato com a torcida (organizada) Aquáticos até hoje, quando tem festa deles eu vou”, concluiu o meia.

Jogador espera retornar a Netuno e São Caetano algum dia

Pela ligação construída com o Água Santa, seria difícil não imaginar que Lucas Limão não sonhasse em vestir a camisa do Netuno novamente. E tal objetivo está nos planos de carreira do jogador, que amplia a outro clube do Grande ABC. “Tenho desejo sim de voltar a jogar no Água Santa e, quem sabe um dia também, defender o São Caetano de novo, até por estar perto de casa. Tenho de acreditar nisso, até porque ‘o bom filho à casa torna’”, brincou o meio-campista.
Além deste objetivo, o jogador também sonha em jogar na Espanha. Mas, se engana quem pensa que ele quer atuar por Barcelona ou Real Madrid. “O time que tenho vontade de jogar mesmo é o Villarreal, desde de pequeno. Não sei dizer o por quê gosto deste time. Talvez seja a camisa amarela que sempre chamou minha atenção, ou pelo fato de o argentino Riquelme, que gosto muito, ter jogado lá. Ou ainda o brasileiro Nilmar”, tentou justificar.
Por fim, Lucas Limão disse que ficou muito feliz em ver o Netuno na elite do Paulistão neste ano e garantiu que sempre acreditou no potencial do clube. “O trabalho que foi feito desde o começo foi muito bom. Tinha certeza de que eles iriam chegar neste objetivo maior, que era a Primeira Divisão. Infelizmente acabou rebaixado pelas circunstâncias. Mas tenho certeza que no próximo ano eles virão bem fortes como em todos os outros anos e vão subir novamente”, apostou. “Queria agradecer o carinho que a torcida tem comigo e dizer que, quem sabe um dia, estaremos juntos de novo”, encerrou Lucas Limão.