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Limites a lipoaspiração agradam cirurgiões do ABC
Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
17/01/2004 | 17:20
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A nova resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina), anunciada na última semana, que normatiza e estabelece limites de segurança para cirurgias de lipoaspiração, teve o respaldo dos cirurgiões plásticos da região. Para eles, o documento tem o mérito de normatizar a conduta profissional correta e ser um instrumento importante de fiscalização e punição de irregularidades.

A região possui 45 clínicas e hospitais autorizados pelo Conselho Regional de Medicina para realizar cirurgias plásticas. De acordo com a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), regional São Paulo, são realizadas por ano 6 mil cirurgias plásticas no Grande ABC, sendo metade estéticas e metade reparadoras – sem contar outras 1,8 mil intervenções feitas por pessoas da região em outros centros. No país, são feitas 400 mil cirurgias plásticas anualmente.

A lipoaspiração lidera na região, com 40% das cirurgias estéticas (ou 1,2 mil intervenções). Em seguida, vem a cirurgia de mama. O cirurgião Porfirio San Martin Martinez, de Santo André, membro da SBCP, destacou o artigo 9º da nova resolução, sobre os limites de aspiração de gordura, como um dos pontos mais importantes. “Nos EUA, a maior parte dos óbitos ocorreu por exageros no número de infiltrações. Mas os bons profissionais já respeitavam esses limites máximos, de 5% ou 7% da massa corporal”, disse.

Opinião semelhante tem o cirurgião plástico Paulo Matsudo, fundador da mais antiga clínica de cirurgia plástica do Grande ABC. “A resolução do Conselho foi uma oficialização daquilo que o bom profissional já faz e sabe há muito tempo. Ela deixa claro que aqueles profissionais de baixo nível, que mentem para os pacientes, não ficarão impunes”, disse o proprietário da Clínica Matsudo, que possui filial em São Paulo.

A exigência da especialização em cirurgia-geral e plástica foi elogiada pelo professor chefe e diretor-clínico do Instituto de Pesquisa Médico Científico de Cirurgia Plástica de São Bernardo, o cirurgião plástico Paulo Mateo Santana. “Além da formação em medicina, o profissional tem de ter uma especialização em cirurgia-geral e também em cirurgia plástica. Porque, se ocorre uma perfuração de um órgão, ele deve estar capacitado para resolver”, observou.

Foi exatamente o crescente número de denúncias de erros médicos em cirurgias plásticas recebidas pelo CFM que motivou a criação desta resolução. Em 2000, foram cinco, em 2001 subiram para 18 e, no ano seguinte, saltaram para 38. Em 2003, foram 28 casos. Com a resolução, clínicas e profissionais estarão sendo fiscalizados pelo Conselho.

Na avaliação do presidente da SBCP, o cirurgião plástico Ithamar Nogueira Stocchero (que participou da criação da resolução), as novas normas irão “balizar” os procedimentos adotados. “Esta resolução evita exageros e protege tanto o paciente quanto o médico. Veio para colocar a lipoaspiração no âmbito da cirurgia plástica e a define como um procedimento indicado para a retirada da gordura localizada e não como um tratamento emagrecedor”, resumiu.




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