Depois de ser ultrapassado na disputa pela liderança entre os bancos privados nacionais com a fusão entre Itaú e Unibanco, o Bradesco superou o concorrente em rentabilidade e na qualidade da carteira de crédito no segundo trimestre deste ano.

O Itaú Unibanco anunciou na manhã de ontem que registrou lucro líquido contábil de R$ 2,571 bilhões entre os meses de abril e junho, o

que representa uma queda de 8,08% em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre de 2009, o resultado foi 17,8% menor e totalizou R$ 4,586 bilhões.

Embora tenha registrado um lucro contábil menor, de R$ 2,297 bilhões, o Bradesco apresentou rentabilidade sobre o patrimônio líquido - um dos principais indicadores de desempenho dos bancos - de 23,7% no segundo trimestre deste ano, contra 22,3% do Itaú Unibanco.

O resultado do Bradesco foi inflado com os ganhos de R$ 460 milhões obtidos com a venda da participação na VisaNet no processo de abertura de capital da empresa de meios de pagamento. Porém, mesmo sem considerar os efeitos extraordinários no balanço o banco obteve uma rentabilidade superior.

O desempenho do Itaú Unibanco no segundo trimestre está diretamente ligado ao desempenho da carteira de crédito, mais especificamente a inadimplência. O indicador de atrasos acima de 90 dias nos pagamentos, que estava em 4,4% em março, passou para 5,4% no final de junho, enquanto que no Bradesco o índice encerrou o trimestre em 4,6%.

Com o aumento na inadimplência, os bancos

são obrigados a aumentarem a provisão para devedores duvidosos, o que reduz o lucro e a rentabilidade. No caso do Itaú Unibanco, a despesa com provisão aumentou 10,9% em relação ao primeiro trimestre deste ano, para R$ 4,252 bilhões.

"A alta é consequência de operações realizadas em períodos passados, os números não mostram mais tendência de crescimento na inadimplência nas operações recentes", afirma o diretor-executivo de controladoria do Itaú Unibanco, Silvio de Carvalho.