Economia Titulo Mercado
Bolsa fecha no vermelho em fevereiro
Por Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
01/03/2009 | 07:21
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O otimismo de janeiro não resistiu ao segundo mês do ano. O feriado prolongado do Carnaval, associado ao mau humor dos investidores com relação ao noticiário econômico extremamente negativo vindo dos Estados Unidos, derrubou a Bolsa paulista no mês de fevereiro. Com o último pregão encerrado na estabilidade, uma alta de apenas 0,01%, o Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da BM&F Bovespa, fechou o mês no vermelho, somando perdas de 2,84%. A última semana de fevereiro contou com três pregões consecutivos de queda, registrando recuo de 1,37%.

Mesmo assim, o recuo não apagou os registros de otimismo vindos da virada do ano. No acumulado, contando com janeiro, o resultado ainda é positivo. As perdas levaram parte do resultado, mas 2009 segue no azul, com 1,69% de alta no índice.

Analistas de mercado apontam que "há boa vontade com o Brasil, com a perspectiva de queda dos juros", conforme destacou o gestor-gerente da Infinity Asset, George Sanders. Essa boa vontade foi registrada pelas ações da Petrobras nas últimas três sessões da Bolsa. No mês, os papéis preferenciais, que dão prioridade ao recebimento de dividendos em detrimento ao direito de voto em assembléia. subiram 5,47%.

As ações ordinárias da petroleira, que dão prioridade ao voto em assembléia dos acionistas, avançaram 7,67% em fevereiro com compras dos investidores estrangeiros. O resultado vem da baixa no valor do barril de petróleo associada à manutenção dos preços nos produtos oriundos da commodity, nome dado a matérias-primas com valor comercial, como café, laranja, soja e milho. O resultado da Petrobras, segundo o analista de investimentos da Spinelli, Max Bueno, é relevante e mostra uma realidade nacional. "De maneira geral, as empresas brasileiras estão entregando resultados mais fracos do que em 2008, mas com lucros saudáveis", disse.

Internacional - Apesar da avaliação positiva de importantes players do mercado com relação ao mercado nacional, o cenário externo ainda tira o sono dos investidores. Para desgosto de quem aplica na Bolsa, é esse contexto que tem ditado boa parte das negociações em todo o mundo, e no Brasil não é diferente.

Embora haja uma espécie de colchão que amorteça as perdas, dados revistos do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos mostraram uma queda muito maior do que o previsto e arrastaram as bolsas para baixo na sexta-feira, quando foram divulgados.

Na segunda revisão do quarto trimestre, a queda passou de 3,8% para 6,2% na taxa anualizada, ante previsão de -5,4%. Foi o pior resultado trimestral desde os três primeiros meses de 1982. Assim como no Brasil, a confiança do consumidor estrangeiro também está abalada. O índice recuou 56,3 em fevereiro, de 61,2 em janeiro.

Expectativa - Para a próxima semana, não se vislumbra um quadro melhor. A volatilidade segue em alta e os indicadores e o noticiário sobre o setor bancário dos EUA continuarão na mira. Os destaques da agenda são o relatório do mercado de trabalho norte-americano, na sexta-feira, mesmo dia da produção industrial doméstica. (Com AE)




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