Os revendedores de carros usados estão preocupados com as mudanças de critérios que os bancos têm utilizado para avaliar a liberação de créditos. Das quatro principais financiadoras do segmento, apenas duas - Finasa e Itaú - responderam à reportagem e disseram que os financiamentos estão normais.

Entre as mudanças realizadas pelas instituições financeiras para financiamentos está o ligeiro encarecimento dos juros, a redução dos prazos para 36 meses e a elevação do percentual exigido para entrada na compra a prazo, que passou de 10% para 40%.

Fabio Barbosa, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), nega que os bancos estejam segurando o dinheiro dos depósitos compulsórios liberados pelo BC (Banco Central). Ele explicou que alguns fatores ainda colaboram para a escassez de empréstimos. O primeiro é a diminuição de linhas externas de financiamento.

CRISE - A crise financeira internacional tem gerado uma dificuldade de acesso a crédito para o financiamento de veículos no País. Para um segmento que depende em grande parte das vendas a prazo - pelo menos 65% dos carros zero vendidos são financiados, a questão foi um dos principais pontos de preocupação relatados por executivos das montadoras na abertura do Salão Internacional do Automóvel, que acontece em São Paulo.

O diretor vice-presidente da Honda do Brasil, Kazuo Nozawa, destacou ainda durante a feira que a dificuldade na área de usados atrapalha as vendas de novos. "Como os carros usados são dados como entrada, fica mais difícil encorpar a venda do zero km", disse.