Prestes a estrear a primeira novela da carreira como autora principal, Cristianne Fridman poderia ser puro nervosismo neste momento. Não é. Dedicada a escrever os capítulos iniciais de Chamas da Vida, trama que substitui Amor e Intrigas na Record, a autora mostra-se bastante tranqüila.

Ela, que sempre foi colaboradora de outros autores na Globo e mais recentemente dividiu com Bosco Brasil a autoria de Bicho do Mato, na Record, acha mais confortável desenvolver sozinha uma história. “Por mais que sejam parceiras, duas pessoas nunca querem contar a história da mesma forma. Agora posso fazer da minha maneira”, justifica Cristianne.

A trama, que deve começar a ser exibida em meados de maio, tem como cenário principal um quartel do Corpo de Bombeiros. Já nos primeiros capítulos, uma fábrica de sorvetes pega fogo por causa de um incêndio criminoso. O bombeiro Pedro, de Marcelo Serrado, perde um amigo de infância na tragédia, mas em compensação, reencontra a filha do proprietário do local, Carolina, personagem de Juliana Silveira. Os dois ficam perdidamente apaixonados.

Mas uma novela não vai para frente se o casal romântico principal não sofrer muito para ficar junto. E quem vai infernizar a vida dos pombinhos é a vilã Wilma, de Lucinha Lins, que sonha em ver o seu filho casado com a mocinha rica.

A trama se desenvolve na Baixada Fluminense. Na verdade, o mais inusitado é como essa região do Rio será mostrada. Quase sempre vista como um lugar de pobreza e violência, a Baixada de Chamas da Vida mostrará a vida tranqüila do interior, com vizinhos amigos e muita natureza ao redor, graças à Reserva Biológica do Tinguá.

O lado cruel dos centros urbanos também será retratado. Para interpretar o jovem revoltado e inconseqüente, o escolhido foi Dado Dolabella. O ator será Antonio, o irmão “badboy” do bombeiro Pedro e um dos acusados de provocar o incêndio na fábrica.

Cristianne pode disfarçar bem o nervosismo, mas a expectativa em relação a uma boa audiência ela não consegue esconder. “Dar certo em televisão é dar ibope. A Record quer consolidar o horário com dois dígitos. Eu quero dar 30”, torce a autora aos risos, ao negar que a emissora faça algum tipo de pressão nesse sentido.