O aquecimento no setor imobiliário na região entre janeiro e setembro foi comprovado pelos resultados da Caixa Econômica Federal. A instituição financeira acumulou R$ 1,028 bilhão em concessões de financiamentos habitacionais para o Grande ABC. O montante foi responsável pelo crescimento 10,7% nos empréstimos da modalidade, sobre R$ 928 milhões registrados no mesmo período de 2010.

A instituição expandiu sua carteira de crédito habitacional pela liberação de 11.871 contratos de empréstimos. Neste total estão incluídos os financiamentos de imóveis novos, usados e ampliações e reformas.

Na avaliação do superintendente regional da instituição financeira pública, Rafael Arcanjo, o resultado veio de acordo com as expectativas. "Foi muito bom, e devemos manter esse movimento de crescimento até o fim do ano". Arcanjo, que atuava como gerente da área de negócios de construção, substitui temporariamente o atual superintendente do Grande ABC, Everaldo Coelho da Silva, que foi convocado para contribuir com o trabalho do banco em Brasília.

Arcanjo destacou que o melhor resultado, em relação a 2010, mostra que o Grande ABC não está atrás em demanda de crédito na comparação com a carteira nacional da Caixa, que acumulou R$ 58 bilhões. Portanto, a região representou 1,77% do volume emprestado pela instituição.

A representatividade do Grande ABC para o banco público no Sudeste (R$ 28,5 bilhões) foi de 3,6% do total entre janeiro e setembro. O valor é equivalente a 44% do valor total de financiamentos habitacionais da Caixa para a região Centro-Oeste no mesmo período. "Esperamos que, neste ano, bateremos novamente nosso recorde", destacou Arcanjo.

LIMITES - Arcanjo disse que o resultado mais expressivo na região foi o crescimento de 43% no número de apartamentos na planta financiados com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. "Foram 1.450 imóveis na planta financiados (nos primeiros nove meses), contra 1.010 do ano passado." Estas operações somaram R$ 129,79 milhões, contra R$ 103,27 milhões do ano passado.

"Neste ano percebemos que o número de imóveis na planta financiados subiu, principalmente, pelos apartamentos entre 50 metros quadrados e 60 metros quadrados. E como vem ocorrendo ao longo do ano, Diadema e Mauá tiveram destaque nesta expansão", explicou o superintendente em exercício.

Ao todo, a Caixa emprestou, com recursos do FGTS, entre janeiro e setembro R$ 323,17 milhões, contra R$ 305 milhões no mesmo período de 2010, aumento de 5,9%. Estão enquadrados neste tipo de crédito as operações de imóveis cujos preços vão até R$ 170 mil, faixa que também é teto do programa Minha Casa, Minha Vida.

Pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, a Caixa liberou R$ 655,76 milhões em crédito para o segmento. Mas o superintendente alegou não ter informações sobre os resultados do SBPE do ano passado, o que permitiria mostrar se houve, ou não, crescimento no resultado.

As operações com recursos do SBPE permitem que o contratante financie imóveis sem limite de valor. Para casas e apartamentos usados, o banco liberou R$ 496,71 milhões, distribuídos em 3.506 operações. E para novos, na planta, foram R$ 71,87 milhões, ou 558 unidades.

O Construcard, modalidade de empréstimo para a compra de materiais de construção, tem parcela incluída no pacote do SBPE, e foi responsável por R$ 86,17 milhões do segmento com recursos da poupança. A instituição totalizou, entre janeiro e setembro, 6.356 operações deste tipo.

Outros R$ 39 milhões do Construcard, mas fora do SBPE, completam a lista da modalidade para obras e reformas de imóveis. E R$ 10,37 milhões foram emprestados pela instituição financeira para entidades que desenvolvem projetos, dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, para famílias com renda de até três salários-mínimos.