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Aumenta procura por seguro residencial no fim do ano

Demanda cresce em torno de 10% no período devido às férias; valor médio anual custa R$ 350

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
22/12/2013 | 07:07
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DGABC


Cresce a preocupação com o seguro residencial no fim do ano. Devido à chegada das férias, as pessoas tendem a se preocupar mais com a segurança de suas residências. Além disso, o verão (que começou ontem) é uma estação que se caracteriza por trazer tempestades, o que causa muitas enchentes. Por conta disso, a procura pela modalidade cresce em torno de 10% no período.

As apólices, que têm baixo custo, giram em torno de R$ 350. Elas variam de acordo com o tipo de moradia (se é apartamento ou casa e se é a residência oficial ou de veraneio, no campo ou na praia), o tamanho do imóvel e os objetos que têm nele (como eletrônicos e eletrodomésticos). O bairro e a cidade não interferem tanto no preço quanto no caso de um seguro de automóvel. Porém, caso o cliente more em uma rua tranquila, vai pagar um pouco menos do que quem mora em uma avenida movimentada.

O diretor regional do Grande ABC do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguro do Estado de São Paulo), Arnaldo Odlevati Junior, afirma que as apólices das casas utilizadas durante as férias costumam custar cerca de 30% a mais que uma regularmente habitada. “Como ficam vazias durante a maior parte do ano, considera-se que o fator de risco é maior. Já no apartamento, a chance de roubo é bem menor, considerando que, na maioria das vezes, há porteiros, alarme e seguranças”, explica.

Conforme alerta o superintendente de seguros tradicionais do Grupo Mapfre, Danilo Silveira, apesar de os apartamentos já possuírem seguro, sua abrangência não inclui os objetos dentro das unidades. “Se você quer segurar o seu conteúdo, é preciso contratar individualmente”, disse.

COBERTURA - Em uma apólice básica estão cobertos roubos e furtos, incêndios e acidentes envolvendo raios. Segundo Odlevati Junior, o consumidor deve ficar atento ao item de pane elétrica, que deve ser negociada separadamente.

Junto com a apólice principal, as seguradoras também oferecem serviços terceirizados como forma de atrair o consumidor. É o caso dos profissionais que costumam reparar problemas domésticos, como encanador e eletricista. A principal vantagem é que o segurado tem acesso aos serviços diretamente da seguradora, ou seja, é algo garantido.

“O seguro está virando cada vez mais um penduricalho, já que o importante para o consumidor estão sendo esses serviços. É importante para as pessoas terem à sua disposição encanador, eletricista e chaveiro, por exemplo”, afirma o diretor de riscos industriais e comerciais da Sulamérica Seguros, Luiz Alberto Mourão.

Empresas como a Sulamérica também mantêm diferenciais como vídeoaulas disponíveis para as crianças aprenderem sobre a importância dos seguros.

A apólice residencial não tem cobertura para jóias, obras de arte ou objetos de valor sentimental. Os que são classificados como incomuns, como motores de barcos, também não são cobertos.

É importante que os objetos cobertos sejam mantidos dentro de casa. Por exemplo, se uma bicicleta estiver no quintal e for roubada, o seguro não ressarce. É feita uma visita da seguradora na casa do cliente para que seja avaliado valor médio do seguro do imóvel e dos contidos nele.

Não existe carência para o seguro residencial, ou seja, ele começa a valer no mesmo dia de sua contratação.

SIMULAÇÃO - A pedido da reportagem do Diário, Odlevati Junior realizou simulações de seguro para mostrar a diferença dos preços.

Para os cálculos foram consideradas as coberturas de R$ 250 mil contra incêndio (que inclui problemas contra raios ou explosão de botijão de gás), R$ 10 mil contra danos elétricos, R$ 10 mil contra roubo, R$ 10 mil contra vendaval, granizo ou impacto de veículo, R$ 10 mil para garantir o pagamento de aluguel, R$ 10 mil de responsabilidade civil (por exemplo, se o cachorro mordeu alguém na rua, alguém entrou na sua casa, caiu e quebrou a perna) e R$ 2.000 para danos de vidros, mármores, mesas, janelas e espelhos.

O seguro para um apartamento de 50 metros quadrados no bairro Campestre, em Santo André, de residência fixa, sai por R$ 169,51 por ano, enquanto se for uma casa, na mesma localidade, o valor sobe para R$ 524,07. Diferença de R$ 354,56 ou 209,16% a mais.

Se o apartamento com a mesma metragem for de veraneio, na praia de Pernambuco, no Guarujá, serão cobrados R$ 650,08. Considerando uma casa, nas mesmas condições, o dispêndio será de R$ 803,95. Neste caso, a diferença nos preços é de R$ 153,87 ou 23,6% a mais.

ALCANCE - Menos de 10% das residências do País estão seguradas, afirma o presidente da CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros), Marco Antonio Rossi. “É uma questão cultural. Há 20 anos o brasileiro fazia apenas seguro de automóvel. Hoje o campeão de desejo da classe média é o seguro saúde”, explica. “Com a oferta do seguro residencial em combos relacionados ao seguro de automóveis, a distribuição vem crescendo. Esse é um produto que casa bem com canais alternativos, como a internet. É um seguro simples”, avalia o especialista.

Dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados) mostram que em 2012 a modalidade movimentou R$ 1,38 bilhão. Até outubro, a arrecadação já havia alcançado R$ 1,73 bilhão, alta de 24,8%. “Está chegando a vez dele. As corretoras de seguros estão dando mais atenção ao produto, que estará entre os mais vendidos nos próximos anos.”




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