O Sindicato dos Químicos do ABC se reúne hoje para definir a estratégia da campanha salarial. Está em jogo um grande ato, que pode contar com paralisações nas maiores empresas do setor.

“Sentaremos para avaliar. Mas o dia 29 será só o início. Faremos paralisações também no dia 30, e pensamos em fazer até no dia 31”, disse o presidente do sindicato, Paulo Lage. Não há definição sobre as empresas que vão aderir ao movimento.

No dia 31, a Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT do Estado de São Paulo), responsável pelas negociações do acordo coletivo, sentará com a bancada patronal. Os empresários apresentarão as propostas econômicas, como a de reajuste salarial. A categoria pede 13% de aumento. “Mas o importante é ter aumento real (acima da variação média dos preços acumulada em 12 meses). E não acredito que eles vão oferecer apenas a inflação.”

Ontem, o sindicato realizou assembleia na CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), em Ribeirão Pires. Os trabalhadores receberam esclarecimentos da tramitação da campanha salarial, informou o coordenador da entidade para Santo André, São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Paulo José dos Santos, conhecido como Paulão.

“Foi muito boa (a assembleia). Também apresentamos a pauta exclusiva da empresa”, lembrou Paulão. Para a CBC, por exemplo, o sindicato pretende, após acordo geral da categoria, elevar o índice de reajuste salarial em mais alguns pontos percentuais, e diminuir a carga horária de trabalho, que atualmente é de 42 horas semanais.

Na Component, em Diadema, os trabalhadores decidiram por greve. Não aceitaram a proposta exclusiva da empresa de incremento de 0,5 ponto percentual sobre o reajuste que ainda será fechado pela Fetquim. Até o dia 31, se não houver consenso entre sindicato e companhia, os trabalhadores cruzarão os braços.

Hoje haverá assembleia na Luconi, em São Bernardo, e na Florbras, em São Caetano.