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Baixas temperaturas aumentam chance de paciente sofrer infarto

Frio provoca estresse nas artérias, que podem ser obstruídas; hábitos saudáveis previnem quadro

Por Thaís Moraes
Do Diário do Grande ABC
21/07/2013 | 07:00
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É de conhecimento comum que sedentarismo, tabagismo, colesterol alto, hipertensão e obesidade são fatores de risco para o desenvolvimento do infarto, doença que provoca a morte de alguma parte do músculo do coração e é causada pela interrupção do fluxo sanguíneo.


Mas um fato que poucos sabem é que além desses elementos, o tempo frio também contribui para que os casos de infarto aumentem. Estudo publicado no Jornal Médico Britânico revela que, no País, as incidências de infarto aumentam em até 30%.


De acordo com o cardiologista Bruno Palmieri, do Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama, em Santo André, temperaturas mais baixas geram estresse nas artérias e com isso elas se contraem mais. “Os movimentos podem causar ruptura da placa de gordura e ela se desgrudar da parede da artéria. Quando a placa entra em contato com o sangue, o organismo provoca a formação de um coágulo sobre a gordura, levando à obstrução da artéria e impedindo o fluxo de sangue”, explica.


“Enquanto a placa de gordura não entra em contato com a corrente sanguínea, o vaso é apenas parcialmente obstruído. O infarto ocorre quando essa capa gordurosa se desprende”, complementa o professor de Cardiologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), José Luiz Aziz.


Por provocar a morte de uma parte do coração, o atendimento deve ocorrer o mais rápido possível. A estimativa é que 30% dos infartados morram sem receber atendimento. Dependendo da gravidade da sequela, o paciente poderá até desenvolver insuficiência cardíaca no futuro”, alerta Aziz.


E são os jovens que estão mais propensos a infartos fulminantes. De acordo com os especialistas, o coração de pessoas mais novas são menos adaptadas a menor irrigação dos vasos. No caso dos idosos, que costumam ter artérias preenchidas com gordura por conta da idade, o organismo já está mais adaptado.

TRATAMENTO
Para diagnosticar um infarto, o exame utilizado é o eletrocardiograma ou exame de sangue para detectar enzimas cardíacas.
Quando se descobre o infarto, existem duas maneiras de desobstruir a artéria. A primeira é com medicamentos e com procedimento mecânico. No caso do infarto agudo deve ser realizado o cateterismo, que consiste na aplicação de um cateter por meio da virilha, perna ou pulso, a fim de detectar a lesão precisamente.


“O coágulo é aspirado e a placa de gordura localizada. Após isso, inserimos uma espécie de mola, chamada stent cardíaco, que comprimirá toda a gordura de volta à parede do vaso, para que o sangue volte a fluir”, explica o cardiologista Bruno Palmieri.


No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são registrados cerca de 300 mil infartos por ano, provocando uma média de 80 mil óbitos anualmente. Ou seja, a cada cinco minutos um brasileiro morre por infarto no País.

Até 40% dos exames não detectam a doença
De acordo com o professor de Cardiologia, José Luiz Aziz, em 50% das pessoas, o primeiro sintoma é o próprio infarto. “Quem não apresenta sinais acha que está tudo bem, por isso existem as mortes súbita. Quem tem sintoma tem sorte.”


Os sinais característicos do infarto são dor e pressão na região do peito, podendo ser irradiada para o braço esquerdo, mandíbula, pescoço, axila e braço esquerdo, mas em alguns casos pode até provocar dor de estômago.


Por não saber que o problema poderia ser mais do que dor no coração, o marceneiro Simone Vielmi, 50 anos, demorou a procurar ajudar. No dia 8, enquanto trabalhava, Vielmi passou a sentir dor no ombro e de estômago, semelhante à azia.


“Jamais imaginei que estava infartando, se tivesse sentido dor no peito teria corrido para o hospital, mas havia almoçado feijoada e achei que não tinha caído bem”, conta.


Após passar a noite em claro, no dia seguinte o marceneiro resolveu ir até o hospital. De acordo com ele, os exames de rotina e ergométrico não revelaram nenhum problema referente ao coração. E isso é justificado por Aziz. “Entre 30% e 40% dos exames de rotina não conseguem detectar problemas no coração.”


Depois de um infarto, é importante que o paciente siga rigorosamente as orientações para evitar novos episódios, como tomar a medicação para o resto da vida. “As chances de uma pessoa que já teve infarto tê-lo novamente são maiores do que aqueles que nunca tiveram”, salienta o médico Bruno Palmieri.


Segundo especialistas, o melhor remédio é não deixar a doença se instalar e, para isso, é necessário alimentação saudável, exercícios físicos e não ser fumante”.

São Caetano oferece tratamento de beleza para portadores de câncer
Cuidar dos cabelos, fazer as unhas, desenhar a sobrancelha e não sair de casa sem pelo menos rímel, blush e batom são coisas que praticamente toda mulher gosta de fazer, ainda mais no Brasil, onde a aparência é muito valorizada.


E se práticas como essas são fundamentais para que se sintam mais confiantes e felizes, para aquelas que enfretam momentos difíceis, o resgate da autoestima é tão importante a ponto de ajudar na cura de uma das doenças mais temidas atualmente, o câncer. Há pouco mais de um mês, as pacientes em tratamento da doença no Centro de Oncologia Luiz Rodrigues Neves da Prefeitura de São Caetano ganharam um local que nada lembra uma clínica para tratamento. Trata-se do Cantinho da Beleza, um mini salão onde é possível cuidar dos cabelos, colocar peruca, lenços, pintar as unhas e ser maquiada.


O serviço é oferecido todas as segundas-feiras, das 10 às 13 horas por duas irmãs cabeleireiras e voluntárias, que dedicam parte da folga do trabalho para fazer com que mulheres se sintam bonitas novamente.


“Aprendemos a dar valor a pequenas coisas e a parar de reclamar da vida. É muito gratificante vê-las felizes”, conta a cabeleireira Francilene da Conceição, 40 anos.


De acordo com o médico e coordenador do centro oncológico, Valter Oliveira Filho, especialista na área há 42 anos, a ideia em criar o Cantinho da Beleza foi inspirado no mesmo serviço oferecido no IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer), já no início da década de 1980.


“Durante muito tempo não havia uma crença de que o aspecto psicológico interferisse na cura do câncer. Hoje se sabe que cada vez que alguém se sente bem o corpo aumenta a produção de serotonina, único hormônio conhecido que é capaz de detectar e eliminar células de câncer”, destaca Filho.


Ao chegar ao Centro de Oncologia, a ajudante de confecção, Patrícia Bocatto Pereira, 35, tinha um olhar cansado e desanimado. Após ser atendida no Cantinho da Beleza e ganhar sobrancelhas feitas com tinta de henna, cílios postiços e ser maquiada, a fisionomia da paciente mudou completamente.


“Já estou no fim do tratamento, mas se tivessem criado esse espaço no início de tudo, tenho certeza que teria me ajudado a enfrentar melhor a doença”, comenta.


A dona de casa Sueli Angela Correia, 31, está passando por sessões de quimioterapia há seis meses e perdeu grande parte da sobrancelha, dos cilhos e dos cabelos. “A gente se olha no espelho e se acha feia. Aqui é muito legal para levantar a autoestima”, disse.
“Não são só as mulheres que têm procurado o espaço, homens também pedem para cortar o cabelo ou raspá-lo. O sucesso tem sido maior do que esperávamos. No futuro queremos ter uma área maior”, revela o oncologista.


Inaugurado em abril de 2012, o centro oncológico já realizou mais de 3.200 atendimentos.
 




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