A Coréia do Norte exigiu novamente neste sábado a construção de um reator nuclear de água leve, menos suscetível de ser usado com fins militares, como contrapartida ao desmantelamento de seus programas de armamento atômico.

"Para o fechamento, a desativação e o desmantelamento final (dos programas militares), é preciso contar com o reator nuclear de água leve", afirmou em Pequim o negociador norte-coreano para a questão nuclear, Kim Kye-gwan, antes de embarcar de volta para Pyongyang.

A declaração foi dada no dia seguinte à conclusão em Pequim de uma nova rodada de negociações multilaterais sobre a desnuclearização do regime de Pyongyang.

A reunião entre seis nações (as duas Coréias, China, Japão, Rússia e Estados Unidos), foi concluída sem o estabelecimento de uma data limite para o desmantelamento das instalações nucleares da Coréia do Norte, que já fechou seu principal complexo atômico. Pyongyang se comprometeu a completar o processo de desnuclearização.

A construção de dois reatores de água leve foi aceita em um acordo alcançado em 1994 entre Washington e Pyongyang. Mas o projeto foi bloqueado em 2003 pelos americanos, que acusaram a Coréia do Norte de manter um programa militar secreto à base de urânio enriquecido.

O projeto, de 4,6 bilhões de dólares, consiste na construção de dois reatores nucleares de água leve de mil megawatts cada um.

Os reatores não são capazes de produzir urânio suficientemente enriquecido para fabricar armas, ao contrário de uma central de água pesada.