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Estado cria banco de reflorestamento
Isis Mastromano Correia
Especial para o Diário
12/07/2007 | 07:11
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A Secretaria Estadual do Meio Ambiente lançou o Banco de Áreas Disponíveis para Recuperação Florestal.

Os dados formarão uma espécie de menu para que interessados em investir em reflorestamento descubram onde há áreas disponíveis para esse fim.

Somente propriedades privadas podem ser cadastradas. Os donos devem concordar com a reabilitação, manutenção e monitoramento do local. Áreas penalizadas por infrações ambientais e com compromisso judicial de recuperação não podem participar.

As informações serão repassadas a empresas e pessoas físicas que estejam à procura de locais para compensação ambiental obrigatória ou voluntária – a famosa neutralização de carbono que consiste em plantar árvores que capturem emissões de gases de efeito estufa.

“Se o banco ficar bem organizado vai ajudar na procura de terrenos”, avalia o gerente de comunicação José Guilherme Azevedo, da Max Ambiental, companhia especializada em neutralização.

De acordo com ele, hoje, a escolha das áreas para plantio é baseada em levantamentos feitos por organizações parceiras.

O plano estadual faz parte do Programa de Recuperação de Matas Ciliares. De acordo com a coordenadora do projeto, Helena Carrascosa Von Glen, há mais interessados em plantar do que cadastrados no banco.

“As entidades nos procuravam para saber onde compensar suas emissões de gases de efeito estufa, então tivemos a idéia de fazer a ponte entre eles e quem tem áreas disponíveis”, conta. Ela não soube dizer a quantia exata de cadastrados, nem se entidades da região manifestaram interesse.

Em 10 anos, a meta do governo é que tenham sido reflorestados 1,7 milhões hectares em todo o Estado. Isso representa nada menos do que três bilhões de mudas.

Enquanto as áreas não atingem o patamar de recuperação natural, ou seja, quando pássaros se encarregam do transporte das sementes e a natureza segue seus cursos naturais, o valor para se reflorestar ainda assusta: R$ 6 mil por hectare.

Os empresários João Vicente de Morais Neto e Vanessa Ferreira Gonzalez ainda não pararam para fazer as contas de quanto terão de desembolsar para neutralizar os dois anos de atividades de sua academia, em Santo André.

O certo é que pelo menos 25 mil árvores terão de ser plantadas. O cálculo, feito de forma bastante detalhada, levou em conta itens como a quantidade de resíduos sólidos produzidos, o consumo de energia elétrica e o meio de locomoção das pessoas para a academia. Até o porte do veículo (carro ou ônibus) e o tipo de combustível foram levados em conta. Em suma, Neto, Vanessa, funcionários e alunos produziram nada menos do que 10 milhões de quilos de carbono nesse período. “Temos uma área particular para replantio, em Juquitiba. Se tudo der certo, podemos neutralizar na região também e o banco ajudaria na escolha dessa área”, diz Neto.

O comerciante Carlos Neri Pereira, de São Bernardo, também aprova a idéia do Banco de Áreas. Ele possui uma área e gostaria de reflorestá-la. “Tem apenas 10 mil metros, mas qualquer tipo de recuperação vale a pena”.




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