Os mais de 100 milhões de clientes do Banco do Brasil, Bradesco e Santander terão mais facilidade na hora de utilizar os serviços das instituições financeiras. Ontem, os bancos anunciaram o início do estudo para compartilhar 11 mil caixas eletrônicas, cuja denominação técnica é ATM. Ou seja, os correntistas das três instituições utilizarão apenas equipamentos em comum, nos quais o sistema é acionado conforme o emissor do cartão do cliente.

O estudo tem prazo de conclusão de cinco meses. As instituições pretendem abrir licitação para uma empresa gerir a rede. Também será desenvolvida uma marca, porém sem a necessidade de associação de imagem com os bancos.

Segundo o vice-presidente de novos negócios e cartões do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, "o cliente não terá cobranças a mais por utilizar os equipamentos compartilhados".

Diferentemente do que ocorre com a rede de equipamentos da TecBan, os caixas eletrônicos vermelhos com o logotipo 24 horas, os três bancos pretendem cobrar pela utilização dos serviços as tarifas estipuladas nos pacotes de cada pessoa. "Não haverá impacto para o cliente. Se tiver, será benefício", afirma o diretor executivo do Santander, Marcos Matioli.

Caffarelli explicou que os 11 mil caixas eletrônicos pertencem a uma gama de 15 mil unidades externas, localizadas em shoppings, mercados e postos de combustível. "Os outros 4.000 ainda não entrarão no projeto porque estão dentro de empresas parceiras de cada banco", comenta.

O diretor executivo do Bradesco, Candido Leonelli, afirma que a intenção "é dar mais comodidade ao cliente", porém destacou que "os bancos continuam concorrentes". "A concorrência não se faz no caixa eletrônico, mas no relacionamento com o cliente", completa o executivo.

CUSTOS
O estudo se baseia em experiências internacionais de empresas que reduziram até 20% os custos com manutenção. Conforme Leonelli, as máquinas externas respondem por 15% dos quase 100 mil caixas eletrônicos do BB, do Bradesco e do Santander. "E representam 30% dos custos de toda a rede de ATMs."

Ele destaca que os serviços de saque e extrato bancário são "quase 80% da necessidade do cliente". A intenção é reduzir as filas. Para isso, as máquinas serão realocadas estrategicamente, reduzindo a sobreposição.