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Rosamaria Murtinho: arte a todo vapor
Por Ana Clara Werneck
Da TV Press
22/12/2007 | 07:01
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Na TV, Rosamaria Murtinho interpreta a vilã atrapalhada Otília em Sete Pecados, sua 43ª novela. No teatro, está em turnê pelo Brasil com a peça Frida, de Meire Rioto, na qual vive a pintora mexicana Frida Kahlo em sua idade madura. Além disso, faz planos para o futuro, como produzir uma peça com depoimentos que ouviu do público nos mais de 50 anos de carreira.

“Agora que meus filhos já são adultos, posso me dedicar de corpo e alma à atuação. Não preciso mais sair correndo para ver se as crianças foram ao curso de inglês”, justifica a mãe de três homens, todos na faixa dos 40 anos.

A Otília faz parte do núcleo da preguiça em Sete Pecados. Desde o início da trama, ela arma planos para não ter de trabalhar. Você acha que ela vai se regenerar até o fim da história?

ROSAMARIA MURTINHO – Considero que a Otília tem a função de denunciar esse tipo de gente que pratica pequenos golpes, sem se dar conta de que suas ações repercutem infinitamente. Achei que o público fosse me odiar, porque atrapalho o casal mais querido, a Juju e o Romeu. Mas não, as pessoas acham graça das trapalhadas dela. Em uma trama das sete, mesmo a vilã tem de ser caricata. Muitas crianças assistem a esta novela, por isso gostaria que ela se emendasse. Novela também é educação. Eu queria que ela terminasse a história vendendo tapioca numa barraquinha, a “Tapioca da Baronesa”.

Levando em conta sua trajetória, a TV ainda oferece bons papéis para atrizes maduras?

ROSAMARIA – Para as mulheres, a TV e o cinema são cruéis. Com os homens, não. O homem maduro ainda tem lugar. Já no teatro, pode-se permitir mais. Em Frida, por exemplo, interpreto a pintora mexicana na casa do 40 anos. Em Sete Pecados, comecei namorando um rapaz mais jovem, o Antero, vivido pelo Marcelo Médici. Não posso reclamar.

Como surgiu a idéia de montar Frida no teatro?

ROSAMARIA – Meu agente, Marcos Montenegro, propôs que montássemos o espetáculo em homenagem aos 100 anos que a pintora completaria em 2007, se fosse viva. Eu achava que já tinha passado da idade para interpretá-la. Mas já encarnei Chiquinha Gonzaga, que tinha 86 anos. Se posso fazer alguém mais velho, posso interpretar alguém mais novo também. Como diria Bibi Ferreira, o melhor é surpreender o público.

Você estreou no teatro aos 18 anos, mas sua primeira novela foi só em 1964, A Moça Que Veio de Longe, na TV Excelsior. Houve uma resistência inicial à TV?

ROSAMARIA – Nunca pensei em ser atriz. Fui estudar nos Estados Unidos, e, na volta, meu irmão, Carlos Murtinho, que depois virou ator e diretor, fazia teatro amador. Eu sempre ia ver os ensaios e, um dia, uma das moças ficou doente. O Paulo Francis, que era o diretor, me chamou para substitui-la. E nunca mais saí do palco, tomei gosto. Foi acontecendo aos poucos. Depois, casei com o Mauro Mendonça, o que me aproximou ainda mais do meio. No entanto, não abri mão de criar meus filhos. Hoje estou na minha 43ª novela, mas o que eu pensava mesmo era em casar e ter filhos.



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