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A vida como ela talvez seja

Os sinais que a oposição emite são de divisão: aparentemente, Serra e Aécio querem que o adversário interno se renda

Por Carlos Brickmann
08/11/2009 | 00:00
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Os sinais que a oposição emite são de divisão: aparentemente, Serra e Aécio querem que o adversário interno se renda, sob pena de cruzar os braços durante a campanha. Isso no PSDB; no DEM, o mais fiel aliado dos tucanos, há também divisões entre os favoráveis a Aécio e a Serra. Dilma como candidata não é lá essas coisas, mas com o apoio de Lula e a divisão da oposição, quem sabe?

Imaginemos, entretanto, que nem Serra nem Aécio tenham vocação suicida. Para Serra, essa é a última grande oportunidade de realizar seu sonho e chegar à Presidência; para Aécio, muito mais jovem, a próxima chance pode estar no futuro remoto. Se Serra for o candidato e perder, na próxima eleição a vez será de Aécio - para enfrentar o presidente petista candidato à reeleição e vitaminado por seu mandato, ou talvez o próprio Lula. Em politiquês, isso significa que Aécio e Serra ou se entendem ou perdem ambos. Talvez prefiram entender-se.

Para Aécio, a situação é mais desconfortável: mesmo que faça um pacto com Serra, garantindo-lhe apoio agora em troca de apoio em 2014, sempre terá aquela desagradável sensação de que pode estar sendo passado para trás. Em política, fato é fato, promessa é promessa. Promessa só vira fato quando é cumprida. E quem garante que um presidente bem avaliado vai desistir de disputar a reeleição, com boas chances, só para manter a palavra e honrar sua promessa?
Mas, para o DEM e o PSDB, não há muita alternativa: ou correm o risco da divisão em 2014 ou se dividem agora e levam uma surra. Qual será a escolha?

ESTRANHEZA
O prestigiado prêmio Chatham House, que o presidente Lula recebeu na quinta-feira em Londres, tem uma série de patrocinadores: bancos - o que é justo, já que nunca antes nesse país os bancos ganharam tanto quanto neste governo; empresas estatais - o que é justo, porque, como já dizia a marchinha carnavalesca, há um cordão que cada vez aumenta mais; empresas que investem no Brasil - o que é justo, já que pegam empréstimos baratos no Exterior e se beneficiam aqui de juros altos. Mas há um patrocinador que nem investe no Brasil: Chivas Brothers, fabricante dos uísques Chivas Regal, Ballantine's, Glenlivet e Royal Salute e do gim Beefeater. Por que terá entrado na vaquinha da premiação?

LULA, O SUPER-ASTRO
O filme Lula, o Filho do Brasil, será lançado em 1º de janeiro batendo um recorde: estará simultaneamente em 500 cinemas, mais sindicatos, partidos, etc. O filme será exibido para Lula nesta semana, em sessão privada; dia 28, haverá pré-estréia em São Bernardo, berço político do presidente. Quanto ao título do filme, lembra a história que se contava da visita de um presidente militar brasileiro ao Japão. Ao recebê-lo, durante a conversa o imperador Hiroíto contou-lhe que seu povo costumava chamá-lo de "Filho de Deus". E perguntou ao visitante como é que o povo brasileiro costumava chamá-lo. Resposta do general-presidente: "Ah, deixa pra lá".

CABRA-CEGA
Por que deve o governo gastar R$ 13,5 milhões em propaganda, pedindo informações sobre os desaparecidos na luta do Araguaia, se o próprio governo mantém seus arquivos em sigilo? Esta é a pergunta dos parentes que querem sepultar dignamente seu mortos. "A União não tem condições morais de pedir ajuda à população se não abrir os arquivos", diz Jair Krischke, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos. "É uma encenação para a sociedade. O governo não abre os arquivos e vem com essa campanha pífia. Estão tentando tirar a responsabilidade do Estado e repassar para a população", diz Cecília Coimbra, do grupo Tortura Nunca Mais, ex-presa política. Além dos desaparecidos no Brasil, 32 pessoas sumiram no Exterior, sem que o Governo se mova para achar os corpos.

A UNIBAN E SEUS MODELOS
A Uniban, onde uma moça foi insultada e teve de sair com escolta porque colegas e seguranças não concordaram com sua roupa, é a universidade onde o deputado federal Vicentinho e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, ambos do PT, obtiveram seus diplomas. Vicentinho se formou em São Bernardo na mesma época em que trabalhava arduamente em Brasília, como deputado federal. Ambos, Vicentinho e Marinho, foram garotos-propaganda da Uniban. Vicentinho dizia: "É importante estar em uma universidade que respeita as nossas aptidões".




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