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William Dib se prepara para liderar o ABC no governo do Estado
Por Daniel Lima
Do Diário do Grande ABC
19/12/2004 | 13:20
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Do alto de quase 300 mil votos alcançados no sumaríssimo primeiro turno das eleições de outubro, quando massacrou o petista Vicentinho Paulo da Silva, o prefeito William Dib (PSB) está colocando a liderança política de São Bernardo próxima da supremacia econômica. Ele está se aproximando do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB). E a recíproca é verdadeira, porque o governador tucano, candidatíssimo à Presidência da República em 2006, quer vê-lo como aliado estratégico na região.

A aproximação entre Dib e Alckmin é uma boa notícia para o Grande ABC porque fecha o cerco de institucionalidade. Afinal, os petistas João Avamileno, em Santo André, e José de Filippi Júnior, em Diadema, são mais íntimos e receptivos ao governo federal do igualmente estrelado presidente Lula da Silva. A articulação regional que se desenha favoravelmente a Dib nas relações com o governo do Estado fornece a moldura de um quadro vantajoso para a região que, na combinação de forças políticas, poderá aumentar o grau de sensibilização de investimentos públicos. Nada melhor, porque, como Dib afirma nesta entrevista concedida na tarde de quarta-feira, a região não consegue de volta quase nada do que recolhe em impostos.

Cauteloso, William Dib não se autonomeia o governo do Estado no Grande ABC nem o Grande ABC no governo do Estado. Mas não faltam projeções nesse sentido. A liderança econômica de São Bernardo e a exuberante votação em outubro dão a Dib um caminhão de respeitabilidade que nenhum outro administrador público da região conseguiu na temporada de votos.

DIÁRIO – Quais são as novidades administrativas para a próxima gestão em São Bernardo?

WILLIAM DIB – Estamos procurando modelo de gestão com agilidade e transparência com a utilização de recursos humanos, financeiros e de equipamentos. Em vez de programa de governo para 2005, e depois para 2006, estamos apostando numa mudança da mentalidade administrativa. Estamos criando três secretarias especiais que vão coordenar e fazer o entrosamento entre secretarias. São três grandes blocos. A área de humanas, que envolve as secretarias de Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e Cidadania, além da Coordenadoria da Juventude, Ação Criança, Esportes, todas integradas por um mesmo secretário especial, que vai otimizar projetos, recursos humanos, financeiros e equipamentos.

Existe, como exemplo, quatro secretarias de atendimento à terceira idade: saúde, esporte, desenvolvimento econômico e cidadania, além da Secretaria de Educação através do braço de Cultura. Tenho certeza que, com o gerenciamento, vamos utilizar melhor os recursos humanos. Podem melhorar também os recursos financeiros. Vamos otimizar a ocupação dos espaços físicos e abrir mais alternativas de atendimento com o mesmo pessoal.

DIÁRIO – Teremos, então, sistematização funcional dessas áreas?

DIB – Exato. Sistematização em toda área de humanas. Fazer esporte e andar também é saúde; como também são saúde, lazer, cultura. Temos que entrosar esses tipos de atendimentos, aumentar a capacidade de dar atenção à população sem gerar novas despesas.

DIÁRIO –E o segundo bloco?

DIB –Coloquei no bloco de Infra-Estrutura a Secretaria de Transporte, que estamos criando por uma decisão em comum acordo com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Esse bloco envolve Secretaria de Transporte, Secretaria de Serviços Urbanos, Secretaria de Obras e Secretaria de Habitação e Meio Ambiente. Vamos fazer o plano de obras, criar novo Plano Diretor, criar condições de utilizar também recursos financeiros, recursos humanos e a questão mais importante, que é cara, que são os projetos. Vamos ter projetos unificados, otimizando recursos humanos e financeiros.

DIÁRIO – Teremos, portanto, supersecretarias?

DIB – Estamos chamando de Secretaria Especial, até porque não têm o poder de comando. Têm o poder de coordenação.

DIÁRIO – E o terceiro bloco de Secretaria Especial?

DIB – É o de Infra-Estrutura Administrativa, que envolve Finanças, Jurídica, Secretaria de Governo e Secretaria de Planejamento e Administração. Vamos retomar na Secretaria de Administração a palavra planejamento. Queremos planejar a cidade do futuro. Temos esse compromisso. Esses projetos vão transformar a cidade rapidamente. Temos que fazer 20 anos em cinco. Isso faz com que a gente também tenha alguma modernidade administrativa. Vamos mudar o nome. Vai ser Secretaria de Administração e Planejamento. Vamos aumentar a área de Planejamento Geopolítico, que é transformar a cidade na sua potencialidade econômica, de desenvolvimento econômico, e criar condições com a vinda do Rodoanel. Com planejamento estrutural vamos criar condições de desenvolvimento econômico, alavanca de desenvolvimento social.

DIÁRIO – Seria errônea a idéia de que São Bernardo sem esse novo espectro gerencial se apresenta como várias cidades dentro de uma só e a administração pública também?

DIB – Com certeza o motivo de criar esse gerenciamento é a gente ter notado que várias secretarias faziam competições, o mesmo tipo de atendimento. O mesmo posso dizer da criação de várias sub-prefeituras. Não por vaidade, mas sob aspecto de querer produzir mais. Agora vamos fazer com que todo mundo empurre a locomotiva para o mesmo rumo, o mesmo sentido, sem desperdício de esforços comum na máquina pública.

DIÁRIO – O sr. diria que espera que São Bernardo seja nesses próximos quatro anos de integração e sistematização de ações o que uma escola de samba de alta competência faz em desfile apoteótico numa avenida?

DIB – Sem dúvida. Com todo mundo cantando a mesma música, sambando sob o mesmo ritmo, e com um único tema. Todos fantasiados do seu modo, mas construindo o grande tema que é o desenvolvimento da nossa cidade. Acho que essa alegoria é um grande simbolismo que a administração dos próximos quatro anos terá. Queremos que seja construída desse jeito, todo mundo com a sua fantasia, mas construindo a mesma coisa que é o sucesso, todo mundo sambando ao mesmo ritmo.

Continua...




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