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'Falta de peças tirou Azulão do acesso'
Por Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
23/11/2009 | 07:00
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Abalo emocional e falta de peças de reposição de qualidade no banco de reservas foram, na avaliação do técnico Antonio Carlos, responsáveis pela queda de rendimento do São Caetano no segundo turno da Série B do Brasileiro, e a consequente eliminação do time na briga pelo acesso.

O treinador renovou contrato por um ano e já entregou à diretoria do clube a lista com os nomes dos jogadores com os quais pretende contar na próxima temporada, incluindo reforços, e a dispensa de alguns deles. A reformulação, disse, deve ser de 50%.

Para Antonio Carlos, o momento crucial da equipe ocorreu nos seis confrontos diretos, em sequência, com adversários que também buscavam o acesso: Vasco, Ponte Preta, Guarani, Portuguesa, Atlético-GO e Ceará. Dos 18 pontos disputados, somou apenas cinco, na vitória sobre a Ponte Preta por 3 a 1, em Campinas, e nos empates com o Ceará, no Anacleto Campanella e a Portuguesa, em Mogi Mirim.

A Lusa havia perdido o mando de campo em razão do episódio em que seguranças teriam invadido os vestiários do Canindé armados após a derrota (2 a 1) para o Vila Nova-GO, na 20ª rodada.

"Aquele foi o jogo que nos arrebentou, porque tivemos as contusões de três jogadores importantes, o Vandinho o Patrício e o Everton Ribeiro. E, na sequência, outras perdas, como o Roger que tinha ido para o Sul (Porto Alegre) resolver problemas pessoais e ficou uns dois jogos fora e o Wendell, que se machucou. Foram baixas consideráveis e não tínhamos elenco para suprir a falta desses jogadores. Faltou termos um banco mais qualificado", discorreu o técnico do Azulão.

Com relação às mudanças para 2010, o treinador espera que no quesito banco possa ter um grupo mais seleto. Neste ponto, lamentou a ausência de atletas que este ano estavam entregues ao Departamento Médico e só voltaram aos gramados no mês passado.

"É o caso do Cascata. Precisávamos desses jogadores naquela ocasião (confrontos diretos). Foi um momento em que não conseguimos manter a regularidade do fim do primeiro turno (ocasião em que o time engatou sete vitórias seguidas)."

Emocional - Na avaliação do ex-zagueiro de Corinthians, Santos, São Paulo e Palmeiras, o início ruim do time no torneio - chegou a frequentar a zona de rebaixamento - também foi o outro fator que mexeu com a parte psicológica do grupo.

"Sempre tivemos de correr mais que os outros (que disputavam o acesso) para fugir, primeiro daquela situação incômoda, e depois nos posicionarmos entre os primeiros."

O treinador pretende trabalhar com 28 jogadores na próxima temporada, incluindo três formados nas categorias de base, o zagueiro João Gabriel, o volante Romário e o atacante Amoroso. "Mais que isso fica difícil para observar o desempenho dos jogadores nos treinos."

Corinthians - Responsável pela armação do elenco corintiano que disputou a Série B em 2008 e, em 2009, conquistou Paulistão e a Copa do Brasil - esta última garantiu o time na Libertadores no centenário do alvinegro em 2010 -, Antonio Carlos disse não se sentir frustrado por largar o cargo de diretor técnico para assumir o São Caetano e não realizar o sonho do acesso.

"Não me arrependo. Também não voltaria se fosse convidado no ano que vem só por causa do centenário. Só voltarei um dia ao Corinthians se for como treinador, porque quando parei de jogar já tinha a intenção de ser técnico", resumiu.

Antonio Carlos deixou o Timão em março deste ano, durante o Campeonato Paulista, no episódio envolvendo o atacante Ronaldo. A dupla teria passado a noite em uma casa noturna da cidade do Interior e o jogador, que deveria ter voltado para o hotel onde o Corinthians estava hospedado às 23h, só chegou às 5h30 do dia seguinte.

A equipe se preparava para enfrentar o Palmeiras e, por causa da polêmica e as cobranças de conselheiros, sobre o presidente Andrés Sanchez, Antonio Carlos abandonou o cargo.

O São Caetano encerra a participação na Série B no sábado, contra o Figueirense.




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