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Polícia de São Bernardo apreende carro importado de Gustavo Nery
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
31/03/2006 | 08:07
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A Polícia Civil de São Bernardo apreendeu um carro importado Hummer, avaliado em R$ 400 mil, pertencente ao lateral-esquerdo do Corinthians Gustavo Nery, também reserva da seleção brasileira de futebol. Segundo a polícia, a documentação do carro estava totalmente irregular. O atleta seria vítima de um empresário que lhe vendeu o automóvel e que já possui nove passagens criminais por estelionato.

Francisco Alexandre Alves de Carvalho, 36 anos, foi indiciado no caso e é suspeito de comercializar irregularmente diversos automóveis importados no Grande ABC e em São Paulo. Em depoimento à polícia, ele negou as acusações.

Uma Ferrari amarela Modena 360, ano 2000, avaliada em R$ 560 mil, pertencente a Carvalho, também foi aprendida por estar com documentação irregular, semelhante ao Hummer de Gustavo Nery.

Há cerca de um mês, policiais do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) de São Bernardo vinham tentando identificar o motorista de uma Ferrari amarela, com placa da Flórida, Estado norte-americano, que circulava pelo município.

Na última segunda-feira, em vez de encontrar a Ferrari, os policiais cruzaram com a Hummer de Gustavo Nery na avenida José Odorizzi, no bairro Assunção, região onde moram alguns parentes do jogador. Os policiais desconfiaram da placa com a inscrição do Estado da Flórida. Além do lateral-esquerdo, estavam no carro sua mulher e irmão.

Solicitado pela polícia, o jogador apresentou como documentação uma Guia de Declaração Simplificada da Receita Federal. "O documento foi falsificado grosseiramente. Mesmo se fosse verdadeiro, só seria válido por 15 dias para carros da América do Sul que estão no país em turismo", afirmou o delegado responsável pelo Garra e assistente da Delegacia Seccional de São Bernardo, Paul Henry Verduraz.

"Para um carro desse estar em situação legal no Brasil, é preciso ter uma guia da Receita Federal diferente e autorização do Detran estadual responsável onde o automóvel vai circular", explicou o delegado.

Gustavo Nery disse à polícia que comprou o carro de Carvalho na semana passada, por indicação de uma amiga, e que pagou R$ 160 mil. Segundo o jogador, o empresário lhe informou que o restante do valor do automóvel seria pago em impostos de importação e que era preciso portar apenas aquele documento para trafegar.

Ainda na segunda-feira, os policiais foram até o empresário. Acharam-no com a Ferrari no edifício World Trade Center, em Moema, zona Sul de São Paulo. O carro também estava com placa da Flórida e com documentação irregular semelhante ao Hummer.

Segundo os documentos apresentados dos dois carros, os veículos foram comprados em Miami, na Flórida, e deram entrada em território brasileiro no posto da Receita Federal em Pacaraima, em Roraima, em 25 de julho de 2005. Segundo a polícia, antes de chegar ao Brasil os carros foram transportados de navio até a Venezuela, que faz divisa com Roraima.

De acordo com a polícia, Carvalho comprou o Hummer por leasing, em 36 prestações, e pagou nos Estados Unidos somente a primeira parcela. No Brasil, vendeu o carro para o jogador. Esse tipo de golpe teria sido aplicado diversas vezes no Grande ABC e em São Paulo em várias vítimas.

"Pelo que apuramos até agora, Gustavo Nery agiu de boa-fé e é apenas uma vítima que caiu na conversa desse empresário. Em depoimento, contou que foi indicado por uma amiga que é ex-namorada de Carvalho", afirmou o delegado-seccional de São Bernardo, Marco Antônio de Paula Santos.

Carvalho foi indiciado por uso de documento falso e estelionato. Para a polícia, alegou que todos os documentos apresentados são verdadeiros. A Receita Federal abriu sindicância para apurar a falsificação de documentos no posto de Pacaraima. Os carros apreendidos serão encaminhados ao órgão e Gustavo Nery deverá arcar com o prejuízo.

A Delegacia Seccional enviou ofícios à Interpol e à embaixada norte-americana solicitando informações sobre possíveis queixas feitas sobre a Hummer e a Ferrari, bem como as atividades de Carvalho no exterior.

O empresário de Gustavo Nery, Robson Florenço, afirmou que o jogador não daria declarações sobre o caso. "Ele foi apenas uma vítima e acreditou que toda a situação estava regular", disse Florenço.




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