A derrocada de uma família aparentemente harmônica é o mote de O Pelicano, drama baseado no texto homônimo do dramaturgo sueco August Strindberg (1849 -1912) que estreia hoje no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. A direção é da atriz Denise Weinberg, fundadora do Grupo Tapa e professora da ELT (Escola Livre de Teatro) de Santo André.

O ponto de partida da densa história é o velório do patriarca. O filho (Flávio Barollo) encontra carta em que o morto expõe os podres da mulher (Sheila Gonçalves), que sempre se gabou por ter sido "um pelicano" para os filhos (a ave literalmente dá o sangue para alimentar os filhotes).

A montagem é apenas a segunda parte do projeto desenvolvido pelo ator Flávio Barollo, um grande entusiasta do dramaturgo. A ideia do ator era trabalhar o texto de Strindberg no teatro e no cinema, conferindo um olhar diferente para cada versão de O Pelicano. Contemplado por um edital da Eletrobrás no ano passado, Barollo produziu o curta O Sangue Pelos Filhos no ano passado e neste momento aguarda a captação para filmar um longa-metragem.

O elenco é o mesmo para as três versões. "Mas não sei se vou dirigir. O texto exige muito. A Denise até diz que, se no fim da peça não estivermos esgotados, é porque não fizemos direito. Estamos conversando com um diretor", adianta o ator. Em setembro, imediatamente após o fim da primeira parte da temporada, Barollo participa do Festival de Estocolmo, que selecionou seu curta.

O Pelicano - Teatro. Quartas e quintas, às 21h. No Teatro Sergio Cardoso - Rua Rui Barbosa, 153, São Paulo, Tel.: 3288-0136. Ingr.: R$ 20 (inteira), R$ 10. Até 24 de setembro.