Internacional Titulo
Bush dá ultimato ao Talibã e diz que vai destruir o terrorismo
Do Diário OnLine
21/09/2001 | 00:03
Compartilhar notícia


O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prometeu ao mundo em discurso na noite desta quinta-feira que vai acabar com o terrorismo e afirmou que a luta começa pelo grupo terrorista Al-Qaeda, comandado por Osama Bin Laden. Como primeiro passo da batalha, Bush deu um ultimato à milícia religiosa Talibã para entregar os líderes desse grupo terrorista. Ele anunciou o início de uma longa guerra, que se mostrará de diferentes formas.

Pela primeira vez, Bush acusou nominalmente Osama Bin Laden como principal suspeito de ter comandado os ataques terroristas do último dia 11. “Todas as provas apontam para a Al-Qaeda, que tem como líder Osama Bin Laden.” O milionário saudita que teria organizado os ataques da semana passada está protegido pelo Talibã — regime que controla 90% do Afeganistão — no território daquele país. Diante da negativa de extradição do suposto culpado, Bush mandou um recado direto para os talibãs: “entreguem aos Estados Unidos todos os líderes da Al-Qaeda”.

A declaração se configura como um ultimato. Se a determinação não for cumprida em breve, deverão acontecer os primeiros ataques. Tropas norte- americanas já começaram a ser deslocadas e, no discurso, o presidente recomendou às Forças Armadas: “fiquem prontas. Já se aproxima a hora de entrar em ação”.

A guerra, no entanto, não acontece apenas em função de Bin Laden. "Nossa guerra começa contra a Al Qaeda, mas não termina aí. Nossa guerra é contra todos os terroristas e os governos que os apóiam. Ela não vai terminar enquanto cada grupo terrorista tenha sido encontrado e exterminado. A partir desta noite, toda nação que esconde ou dá apoio ao terror será reconhecida como regime hostil para os Estados Unidos. Vamos perseguir todos os países que apoiarem o terror”, disse. “Ou vocês estão conosco, ou estão com os terroristas”, afirmou Bush, num recado a todas os líderes mundiais. “Nós vamos destruir o terrorismo."

Assim, ele alertou os norte-americanos para um guerra dolorosa, longa e diferente de todas as batalhas já enfrentadas pelos Estados Unidos. “Vai haver ataques violentos, que as pessoas vão ver pela TV. Mas também vai acontecer uma série de ataques secretos, que não chegarão ao conhecimento das pessoas. Iremos mover todos os nossos esforços: diplomáticos, de inteligência, da lei, financeiros e cada arma de guerra”, disse. “Nossa resposta é muito mais do que uma retaliação. Será uma batalha bastante longa como nunca vista, que vai durar até quando houver lugares para os terroristas se esconderem”, afirmou.

Bush disse aos americanos que o ódio dos terroristas não é apenas contra os Estados Unidos, mas contra a liberdade que o país representa. “Eles nos odeiam porque vêem agora um homem eleito democraticamente. Eles odeiam a liberdade. Eles não querem apenas acabar com vidas, mas com estilos de vida. Estão todos contra nós porque estamos no caminho deles.” Para Bush, o terrorismo segue o caminho do fascismo e do autoritarismo, o que os Estados Unidos não podem permitir.

No entanto, ele repetiu várias vezes que a luta não é apenas norte-americana, conclamando os países democráticos para a batalha. “Isso não é apenas uma luta dos Estados Unidos. É uma luta do mundo, da civilização, de todos aqueles que lutam pela liberdade. Um terror sem resposta não derruba apenas um prédio, mas ameaça também a estabilidade de um regime. A liberdade foi a maior conquista de nossa época. Cabe a nós acabar com o medo da violência e não vamos falhar”, disse.

Ao povo norte-americano, o conselho de Bush é para que continue vivendo sua vida normalmente e para que tenha calma e paciência para o momento de dificuldades que está por vir. “Muitas batalhas virão pela frente e medo também”, alertou. Ele pediu também à população para que continue ajudando as famílias das vítimas e também agradeceu a solidariedade demonstrada até agora. O presidente disse ainda que é preciso ter confiança na recuperação da economia, que iniciou uma crise depois dos atentados. “O terrorismo pode atacar um símbolo da economia, mas não sua força.”

Num discurso emocionado, interrompido por aplausos por 16 vezes e que deixou o presidente com os olhos cheios de lágrimas, Bush lembrou Deus em diversos momentos. “Deus não é neutro entre crueldade e Justiça. (...) Que Ele nos dê sabedoria e nos vigie”, finalizou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;