Política Titulo Na saúde
Câmara de Mauá lava as mãos sobre futura contratação de OS

Neycar minimiza processo de credenciamento de organizações suspeitas para suceder FUABC

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
24/07/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A Câmara de Mauá decidiu lavar as mãos sobre o futuro processo de seleção de OSs (Organizações Sociais) de saúde para o gerenciamento dos equipamentos do setor no município, hoje operados pela FUABC (Fundação do ABC). Presidente da casa, Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), assumiu discurso governista e minimizou o credenciamento de entidades suspeitas de corrupção nesse processo.

Cotado nos bastidores como possível indicado do governo para disputar a sucessão da prefeita Alaíde Damo (MDB), Neycar saiu em defesa da administração. “O credenciamento eu acredito que, desde que os documentos estejam dentro da legalidade, não tem o que a Câmara fazer (...) Pode ter certeza que, se foram credenciadas (OSs suspeitas), deveriam ter os requisitos para isso”, minimizou Neycar.

O Diário mostrou no sábado que o governo Alaíde certificou quatro organizações sociais da saúde, prática preliminar à seleção pública para a definição da entidade terceirizada. Entre as organizações credenciadas está o Isec (Instituto de Saúde, Educação e Comércio) que, em outubro do ano passado, foi alvo da Operação Santo Remédio, do Ministério Público e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). O contrato do instituto com o município de Cachoeira Paulista, na região do Vale do Paraíba, está sob suspeita de desvios de recursos, corrupção e falsidade ideológica.

Neycar afirmou que, de início, a Câmara não poderá interferir no processo de contratação de nova OS. A cúpula da Secretaria de Saúde do governo Alaíde confirmou que fará a seleção, mas que antes quer findar impasse com a FUABC. “Não tem como o vereador falar algo sem antes acontecer. Primeiramente a gente precisa ver o que vai acontecer. A partir daí a gente vai fiscalizar”, frisou o mandatário.

A maioria dos vereadores é crítica à atuação da FUABC na cidade. Muitos, inclusive, defendem publicamente a saída da organização do município. Na quinta-feira, porém, a casa promoveu audiência pública, sob a presidência do oposicionista Marcelo Oliveira (PT), para tratar sobre o tema e nem metade dos parlamentares participou. Dos 23 vereadores, apenas sete compareceram ao encontro: além do petista, estiveram presentes Adelto Cachorrão (Avante), Manoel Lopes (DEM), Pastor José (PSDB), Bodinho (PRP), Irmão Ozelito (SD) e Sinvaldo Carteiro (DC).

Ao fim da audiência, Marcelo encaminhou ofício ao governo Alaíde questionando sobre o futuro da gestão dos equipamentos de saúde. 




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