Neycar minimiza processo de credenciamento de organizações suspeitas para suceder FUABC
A Câmara de Mauá decidiu lavar as mãos sobre o futuro processo de seleção de OSs (Organizações Sociais) de saúde para o gerenciamento dos equipamentos do setor no município, hoje operados pela FUABC (Fundação do ABC). Presidente da casa, Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), assumiu discurso governista e minimizou o credenciamento de entidades suspeitas de corrupção nesse processo.
Cotado nos bastidores como possível indicado do governo para disputar a sucessão da prefeita Alaíde Damo (MDB), Neycar saiu em defesa da administração. “O credenciamento eu acredito que, desde que os documentos estejam dentro da legalidade, não tem o que a Câmara fazer (...) Pode ter certeza que, se foram credenciadas (OSs suspeitas), deveriam ter os requisitos para isso”, minimizou Neycar.
O Diário mostrou no sábado que o governo Alaíde certificou quatro organizações sociais da saúde, prática preliminar à seleção pública para a definição da entidade terceirizada. Entre as organizações credenciadas está o Isec (Instituto de Saúde, Educação e Comércio) que, em outubro do ano passado, foi alvo da Operação Santo Remédio, do Ministério Público e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). O contrato do instituto com o município de Cachoeira Paulista, na região do Vale do Paraíba, está sob suspeita de desvios de recursos, corrupção e falsidade ideológica.
Neycar afirmou que, de início, a Câmara não poderá interferir no processo de contratação de nova OS. A cúpula da Secretaria de Saúde do governo Alaíde confirmou que fará a seleção, mas que antes quer findar impasse com a FUABC. “Não tem como o vereador falar algo sem antes acontecer. Primeiramente a gente precisa ver o que vai acontecer. A partir daí a gente vai fiscalizar”, frisou o mandatário.
A maioria dos vereadores é crítica à atuação da FUABC na cidade. Muitos, inclusive, defendem publicamente a saída da organização do município. Na quinta-feira, porém, a casa promoveu audiência pública, sob a presidência do oposicionista Marcelo Oliveira (PT), para tratar sobre o tema e nem metade dos parlamentares participou. Dos 23 vereadores, apenas sete compareceram ao encontro: além do petista, estiveram presentes Adelto Cachorrão (Avante), Manoel Lopes (DEM), Pastor José (PSDB), Bodinho (PRP), Irmão Ozelito (SD) e Sinvaldo Carteiro (DC).
Ao fim da audiência, Marcelo encaminhou ofício ao governo Alaíde questionando sobre o futuro da gestão dos equipamentos de saúde.
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