General Motors e Fiat estão apostando todas as suas fichas no crescimento do mercado interno em 2006, na tentativa de compensar a redução das exportações e os prejuízos causados pela queda do dólar este ano. A expectativa é de um acréscimo de 7% nas vendas no próximo ano. Já as exportações projetam queda de até 30%.

Na verdade, as montadoras pretendem repetir em 2006 a performance deste ano, período em que estimam incremento de 7% nas vendas internas, ante uma expansão de 3,9% do PIB (Produto Interno Bruto). O assunto foi debatido terça-feira entre Ray Young, presidente da GM, e Cledorvino Belini, da Fiat, no 14º Congresso da SAE Brasil. Para ambos, o mercado brasileiro tem potencial para crescer mais e absorver os danos causados pelas exportações em 2006.

"Acho que o mercado pode absorver facilmente os veículos que a empresa mandaria para o exterior", salientou Ray Young. O executivo reiterou que a montadora fechará com prejuízo este ano. Motivo: o baixo preço do real ante o dólar que afetou o desempenho das exportações. "Infelizmente os prejuízos com as exportações são maiores que a lucratividade no mercado interno", lamentou.

Com o resultado deste ano, a GM terá o sexto prejuízo consecutivo em suas operações brasileiras. Para obter lucro em 2006, a GM cortará as exportações em 20%. A expectativa é que o faturamento com as vendas externas caiam de US$ 1,4 para US$ 1,12 bilhão.

Câmbio ideal – Para os presidentes da GM e Fiat, o câmbio ideal, para que as exportações voltem a ser rentáveis, seria de R$ 2,70. Cledorvino Belini, da Fiat, avalia que esse valor representaria o início da retomada da competitividade das montadoras brasileiras.

Por conta da atual situação cambial, Belini reiterou que a Fiat reduzirá em 30% seu atual volume de exportações. Ele cairá de 100 mil veículos para 70 mil em 2006. No entanto, evitou adiantar se os prejuízos nas exportações poderão afetar o resultado financeiro da montadora no país. Mencionou apenas que pretende fechar com lucro este ano. "Estamos apostando nisso."