A Câmara de Diadema, presidida por Pretinho do Água Santa (DEM), pretende comprar outro prédio para abrigar a sede do Legislativo. Projeto de autoria da mesa diretora encaminha a criação de fundo para arrecadar recursos para a aquisição do imóvel. O texto ainda não foi à votação em plenário.

De acordo com a medida, a poupança seria movimentada em conta bancária específica. A proposta é a de que o dinheiro destinado ao fundo seja oriundo da sobra do duodécimo anual repassado pelo Executivo, de receitas geradas por meio de aplicações financeiras, de lucros originados pela arrecadação de multas (contratuais, por exemplo), de indenizações e restituições.

Na justificativa do projeto, a mesa diretora destaca que a construção de outra sede para a Câmara diademense é “uma demanda de anos” e que a aquisição de outro imóvel vai proporcionar “melhores condições de trabalho” e até resultar em “economia aos custos de manutenção do atual prédio”. O texto, porém, não cita dados sobre quanto a casa destinou nos últimos anos às intervenções no prédio e em suas instalações. “(A compra de outro imóvel) Vai proporcionar melhor funcionamento e atendimento mais adequado aos munícipes, bem como proporcionar condições mais apropriadas de trabalho aos funcionários e vereadores”, diz trecho do projeto que tramita na casa.

Comprado no fim de 2001, durante a gestão do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), o prédio que abriga atualmente a sede do Legislativo diademense, localizado na Avenida Antônio Piranga, no Centro, custou aos cofres públicos, à época, cerca de R$ 2 milhões. A aquisição do imóvel, realizada sob a gestão do então presidente da casa, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), foi considerada necessária na ocasião porque o prédio era alugado e custava à Câmara diademense aproximadamente R$ 30 mil por mês.

A compra de novo imóvel para instalação da sede do Legislativo poderá ocorrer mesmo sem que a casa tenha elevado o número de vereadores ou até mesmo de pessoal. Pelo contrário. No último ano a casa passou por reforma administrativa que reduziu o número de servidores públicos. O total de assessores comissionados por gabinete, por exemplo, caiu de sete para cinco.

FROTA NOVA
No ano passado, a Câmara de Diadema, então comandada por Marcos Michels (PSB), já havia criado polêmica quanto ao uso dos recursos repassados pelo governo do prefeito Lauro Michels (PV). Em dezembro, a casa comprou 21 veículos zero-quilômetro para a frota. Ao todo, a casa desembolsou R$ 1,17 milhão com a aquisição de novos Volkswagen Voyages modelos 2018/2019. Na oportunidade, o argumento para a compra dos carros foi o mesmo utilizado agora para justificar a aquisição de novo prédio: gastos com manutenção.