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Patas na estrada: guia para viajar com seu pets

Cidades perto da região podem ser opções para curtir bons momentos com os bichinhos

Marcela Munhoz
12/07/2018 | 07:00
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pixabay


Nessa casa vivem peludos felizes e seus humanos de estimação. Se você se identifica com a frase anterior, certamente já pensou em estratégias e se esforçou ao máximo para aproveitar oportunidade de viajar com seu pet. Pois tem mais gente do que você imagina nessa. É cada vez mais comum esbarrar por aí, nos postos de alimentação no meio da estrada, por exemplo, com famílias e seus reforços de quatro patas, geralmente dando uma voltinha do lado de fora para ‘aliviar’. Alguns desses lugares até já têm espaço específico para pets. Os destinos também – aos poucos, é verdade – estão se acostumando a oferecer infraestrutura para os turistas e seus melhores amigos.

A sugestão para quem não está acostumado a viajar com os bichinhos, principalmente cachorros (os gatos estranham muito mudanças de hábitos) é fazer a dobradinha Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal, no Interior de São Paulo. A viagem dura menos de três horas de Santo André e é boa pedida agora em julho e agosto, apesar de lotar mais do que nos outros meses do ano.

O ideal, até para escapar um pouco mais da aglomeração, é se hospedar em Santo Antônio e programar visita de um dia na vizinha Campos (são 16 quilômetros de distância). Existem várias pousadas na cidade, localizada no alto da Serra da Mantiqueira, que recebem os bichinhos. A maioria funciona no esquema de chalé individual, o que é ótimo, já que os pets se sentem mais aconchegados perto dos donos.

Claro que quem viaja com animais de estimação precisa adaptar o roteiro. Não dá para deixar o coitado preso no chalé e voltar só à noite. Boa dica também é andar bastante de dia e jantar no próprio hotel. Em Santo Antônio do Pinhal dá para levar o pet em todos os passeios, como a Cachoeira do Lageado e a Estação Eugênio Lefreve, que leva ao Mirante Nossa Senhora Auxiliadora. Até dar uma volta pela avenida principal é uma delícia. Boa dica para o almoço é o Restaurante Arco Íris, cuja especialidade são as trutas. É petfriendly com direito a potinho para água e calorosa recepção, porém, só pode almoçar na parte de fora.

BADALADA
Em Campos do Jordão, a ideia é a mesma de Santo Antônio do Pinhal. Como a maioria dos passeios é feita em locais abertos, não há restrições para a entrada de pets. A sugestão é chegar bem cedo e ir ao Horto Florestal, Bosque do Silêncio e Morro do Elefante. Se o dia estiver aberto, aproveite as trilhas e cachoeiras. É possível até tomar uma cerveja na Baden Baden (do lado de fora).

Na hora do almoço, o passeio é por Capivari. É impressionante a quantidade de cachorros que dividem espaço com os humanos por ali. Vez ou outra se nota um olhar torto, mas é pouco. Claro que é preciso seguir duas dicas importantes para o bom convívio e segurança de todos: nunca tire o cão da guia e leve sempre o kit de higiene para deixar tudo limpinho por onde passar.

Queluz também merece entrar na rota
Se o desejo é ir para um lugar e se isolar com seu bichinho, Queluz tem tudo o que quer. Localizada no município no Leste do Estado de São Paulo, na microrregião de Guaratinguetá, fica também a quase três horas de Santo André e é encantadora.

As temperaturas amenas e a natureza atraem turistas. Se seu pet curte aventura de dia e silêncio à noite, é o lugar ideal. O destino é cercado por trilhas e muitas cachoeiras. No verão, a Águas de Marambaia é a mais frequentada.

ONDE SE HOSPEDAR
É lá onde fica a pousada Águas da Marambaia (http://aguasdamarambaia.com.br). O bacana é que os chalés e suítes são ‘cortados’ pelo Rio das Cruzes (ou da Marambaia). Nem é preciso sair para aproveitar o passeio com o animal de estimação pelo rio ou fazer trilha para observar as montanhas. Além disso, o local tem restaurante, onde é permitido estar com o animalzinho. Custa a partir de R$ 240 (sem a taxa pet).

Já em Santo Antônio do Pinhal a dica é a Pousada Recanto das Orquídeas (www.pousadarecantodasorquideas.com.br). São chalés, apartamentos e apartamentos com lareira (o que não é recomendado para os bichinhos), sendo que o turista tem à disposição lago e enorme espaço para correr com o pet. O café da manhã e a receptividade são os pontos fortes (a partir de R$ 250, incluindo taxa pet).

A tarefa não é tão simples, mas vale a pena
Antes de resolver se aventurar com seu animal de estimação, saiba que não será algo absolutamente tranquilo, como se viajasse sozinho. Mas, garanto que não será menos prazeroso. Tem muita gente, aliás, que desiste de viajar por não ter com quem deixar o pet, portanto, aí está a solução: conciliar as duas coisas.

Além de todas as dicas e cuidados que estão descritos na arte abaixo, é importante colocar na cabeça que a maioria dos destinos e muita gente que vai passar por você durante a viagem ainda não aceitam a presença deles. Portanto, o planejamento e a pesquisa devem ser redobrados. Mais do que colocar no Google ou procurar em guias de viagem, converse com quem viveu a experiência para ter conselhos mais práticos e efetivos.

No geral, transportar o pet em viagens de ônibus e avião, e fazer as refeições em restaurantes são os principais obstáculos. Tem muito lugar que se denomina petfriendly, mas só deixa o cliente comer na mesa mais isolada ou longe possível.

Em Campos do Jordão, por exemplo, foi complicado achar um estabelecimento que aceitasse a presença do animal de estimação. O Restaurante Capivari (www.lecapivari.com.br) não só aceitou como acomodou em mesa bacana e ofereceu potinho para a refeição do pet. Exemplo a ser seguido.


DICAS

  • Assim que o animal chegar na sua casa e se viajar com ele for a intenção, tente acostumá-lo a andar de carro, ter contato com pessoas e outros bichos e a esperar ao lado da mesa na hora das refeições desde filhote; isso vai facilitar, e muito, mais para frente;
  • Antes de cair no mundo, pesquise bastante o local; será que o destino – além do local de hospedagem - aceita animais de estimação nos restaurantes e passeios, por exemplo?
  • Caso seja a primeira experiência com seu pet na estrada, o ideal é escolher um lugar mais calmo para levá-lo. Opte por pousadas com chalés, por exemplo;
  • Não deixe seu animal sozinho, afinal, o objetivo é passear com ele, não?;
  • Há hotéis e resorts que acolhem bem também os pets e oferecem, inclusive, espaços lá dentro para distraí-los e cuidá-los;
  • Assim como com as crianças é necessário também organizar as malas dos animais com tudo o que ele pode precisar durante a aventura. Separe as cobertas, caminha, brinquedos, remédios, kit de higiene e também potinhos de comida e água, assim não vai estranhar tanto a mudança;
  • Tente não trocar os hábitos alimentares deles durante a viagem e evite que vá de estômago muito cheio para não enjoar;
  • Programe um roteiro não tão cansativo, principalmente nas primeiras vezes. Pare várias vezes no caminho para que o bichinho possa fazer as necessidades;
  • Aliás, é importante dar uma voltas com ele antes de ir para a estrada;
  • Vai de carro? Use o cinto ou a cadeirinha. Se a escolha for ir de ônibus ou avião, a burocracia é maior: verifica com as empresas o que é necessário para embarcar seu melhor amigo.

CUIDADOS

  1. Não esqueça coleira ou focinheira e a plaquinha de identificação;
  2. Confira se a carteirinha de vacinação do animal está completa e atualizada;
  3. Se possível, marque consulta semanas antes de viajar para verificar se está tudo em ordem;
  4. Caso o destino escolhido for para regiões com muito mato ou areia, recomenda-se, além do remédio habitual, o uso de coleira contra pulgas, carrapatos e mosquitos;
  5. Faça uma pesquisa de um possível hospital veterinário perto de onde vai ficar, caso ocorra alguma emergência.



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