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Paquistão representa maior perigo para o mundo, diz especialista
Por Da Agência Brasil
29/12/2007 | 10:39
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Atualmente, o Paquistão é o país mais explosivo, o que traz mais risco para a comunidade internacional. A opinião é de Reginaldo Nasser, coordenador do curso de Relações Internacionais da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e especialista em Segurança Internacional e Oriente Médio.

Nasser afirma que o problema do Paquistão vai muito além do atentado contra a ex-primeira-minsitra Benazir Bhutto, ou os outros que ocorreram recentemente contra autoridades. E destaca a “presença muito forte de grupos terroristas ligados à Al Qaeda no governo e na sociedade, e num país que tem armas nucleares”.

O “grande perigo”, avalia, é que terroristas tomem o poder do Estado e tenham armas nucleares em mãos. Nasser considera “especulações” o que se fala sobre ameaças atômicas da Coréia do Norte e do Irã, tanto pela dúvida sobre existência ou não de armas nucleares quanto pelo fato de serem “governos estabelecidos, com representação na ONU (Organização das Nações Unidas)”, que “podem ser mais ou menos ditatoriais, mas jogam o jogo da comunidade internacional”.

No caso do Paquistão, o poder poderia cair nas mãos de “grupos que não têm interesse nenhum na ONU, que atacam a ONU [cita como exemplo o assassinato do brasileiro Sérgio Vieira de Mello no Iraque]”. “Seria o primeiro caso em que um grupo terrorista deteria controle sobre armas nucleares”.

O professor cita pesquisa da revista norte-americana Foreign Policy (Política Externa) com especialistas em segurança internacional, em que 65% dos entrevistados elegeram o Paquistão como “o lugar mais ameaçador do mundo para os EUA e a ordem mundial”. Ele menciona também um artigo do democrata Barack Obama, candidato à Presidência dos Estados Unidos, que disse “com todas as letras que o lugar mais ameaçador é o Paquistão”.

Indagado sobre a real possibilidade de terroristas tomarem o poder, tendo em vista que os Estados Unidos poderiam acionar sua máquina militar, Nasser cita como exemplo a intervenção no Afeganistão após os atentados de 11 de setembro de 2001. E lembra que, na ocasião, os EUA agiram “com tudo”, e que o Afeganistão é “bem mais miserável” que o Paquistão: lá os problemas não acabaram até agora.

“As armas, os grupos de resistência do Afeganistão são bem inferiores aos do Paquistão”, afirma o especialista. Ele explica que em função do conflito com a Índia, o Paquistão aprimorou suas forças militares, seu arsenal.



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