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PF inicia devassa nas ações de Waldomiro Diniz
26/02/2004 | 23:11
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A área de inteligência da Polícia Federal iniciou nesta semana uma devassa na movimentação do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz no governo. A investigação, feita sob sigilo, tem foco em todas as conexões de Waldomiro, inclusive sua atuação na contratação da empresa Gtech pela Caixa Econômica Federal.

A PF dividiu a operação em duas linhas. Uma é sobre as atividades do ex-assessor dentro do Palácio do Planalto. A outra, sobre o recebimento de propina do suposto bicheiro Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está praticamente parada. Diniz foi flagrado em gravações cobrando propina e contribuições eleitorais de Cachoeira para as campanhas eleitorais de Rosinha Matheus (PMDB-RJ), na ocasião ela ainda era do PSB, e Benedita da Silva (PT) ao governo do Rio de Janeiro.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou nesta quinta-feira que a PF irá trabalhar sem interferências. "Dei total liberdade e reforcei esta liberdade. Todas as articulações possíveis serão apuradas, sem perder o foco inicial do caso. Vamos fazer todos os percursos e conexões dentro do governo."

Casos – Uma das primeiras providências da área de inteligência é levantar em quais casos o nome de Waldomiro aparece, desde 2002, quando atuava no governo do Rio. O primeiro deles é um inquérito em que o ex-assessor está citado por supostas irregularidades na Loterj. Mas um dos focos principais da investigação da PF é a possibilidade de Waldomiro ter intermediado a renovação do contrato da Caixa com a Gtech para o fornecimento de equipamentos para loterias. A própria empresa confirmou, na semana passada, que teve encontros com o ex-assessor, que também teria se reunido com Carlinhos Cachoeira, um dos beneficiados com o negócio.

As relações da Caixa com a multinacional Gtech já vinham sendo investigadas pelo Ministério Público desde 2002. Os procuradores da República em Brasília Raquel Branquinho e Gustavo Velloso têm dúvidas sobre a legalidade do contrato, assinado em 1999. Eles estão particularmente intrigados com a sucessão de termos aditivos mediante os quais o contrato vem sendo renovado.




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