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Uma beleza de escritora
Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
24/08/2011 | 07:02
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O talento - e a beleza - de Bruna Lombardi é conhecido do público. Seu trabalho como atriz em filmes, peças, novelas e minisséries sempre chamou a atenção. Mas nem todos sabem que o atual momento da vida da artista gira em torno de sua paixão por escrever.

Além de já ter produzido poesias, textos teatrais, romances e obras infantis, suas atenções estão voltadas agora para a elaboração de roteiros cinematográficos. "Sempre adorei escrever. Meu grande barato é contar histórias", afirma Bruna. "É um lado inevitável para mim e para a maioria dos artistas. Quem escreve sabe que não é você que escolhe fazer isso, você é que acaba sendo escolhido", pondera ela, que já publicou sete livros.

A necessidade de colocar as ideias no papel começou na infância, quando seus textos eram escolhidos na escola para fazer parte de concursos, sendo que chegou a ganhar alguns. "Na verdade, trata-se de uma necessidade que você não precisa apresentar. Escritor precisa escrever. Se tudo vai se transformar em um livro, não é algo fundamental", explica.

O mais recente projeto é o filme 'Onde Está a Felicidade?, em cartaz desde o fim de semana. O roteiro, o terceiro da carreira, levou cerca de um ano para ser finalizado. A síntese necessária para uma história pensada especialmente para a sétima arte faz com que o processo seja mais elaborado e demore mais do que outros tipos de textos.

Se em uma publicação literária o objetivo é escrever bastante e desenvolver ao máximo a história que toma forma, uma obra cinematográfica pede que se fale somente o essencial. Segundo ela, "escrever menos é mais sofisticado e mais difícil do que escrever muito. São linguagens que pedem técnicas diferentes para serem desenvolvidas. O roteiro não é uma peça solitária, não é como um livro. Ele existe para virar um filme".

Bruna mostra desenvoltura para percorrer diferentes estilos. A atual comédia funciona como antítese da tensão dramática presente em 'O Signo da Cidade' (2007), seu roteiro anterior. Com o objetivo justamente de criar equilíbrio com o trabalho "que fez muitas plateias chorarem", a roteirista agora leva os espectadores a acompanhar a divertida viagem de Teodora, interpretada por ela mesma, pelo Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.

Tudo pode parecer próximo, mas a criação de uma trama e atuação são bem distintos. "Acaba-se criando duas Brunas, pois separo bem as duas coisas. É muito louco quando pego o roteiro e ele parece ter sido feito por outra pessoa", diz.

Sem se importar com gêneros ou meios para que os contos cheguem até as pessoas, a autora busca contato sempre maior com o espectador. "Adoro envolver as pessoas em caminhos que as transportem para outros universos. Quero sempre estar próxima das pessoas. O 'feedback' do público é que é o máximo para mim", revela Bruna, que já pensa em novo roteiro.




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