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Microempresas do Grande ABC avançam 11,5%
Cibele Gandolpho
Especial para o Diário
12/02/2010 | 07:08
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O faturamento das micro e pequenas empresas do Grande ABC cresceu 11,5% em dezembro de 2009 em relação ao mesmo mês de 2008. A região foi a que teve a maior alta do Estado de São Paulo, que, por sua vez, registrou elevação de 3,8% no período.

Segundo Pedro João Gonçalvez, consultor do Sebrae-SP, isso ocorreu devido ao grande número de indústrias no Grande ABC. "Por tabela, as micro também sofreram com a crise econômica, que tiveram menos pedidos das grandes empresas", diz o consultor.

Gonçalvez explica que, no fim de 2008, a região apresentou queda maior no faturamento em relação a outros locais do Estado. "Isso faz com que a base de comparação seja maior. As demais regiões mantiveram o mesmo nível de faturamento nos dois anos."

Os resultados negativos de faturamento no Estado foram por conta da crise econômica mundial. "No entanto, o levantamento mostra que todas as regiões já conseguiram se recuperar da turbulência."

"A crise gerou alguns reflexos: redução nas vendas pelo chamado efeito insegurança, paralisação das exportações porque o mercado externo parou e restrição à oferta de crédito. Mas, agora para 2010, as perspectivas são melhores e com previsão de aumento no faturamento", acredita o diretor superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella.

Na comparação média de um ano para outro (janeiro a dezembro de 2008/2009), o resultado do faturamento das MPEs do Grande ABC foi negativo, com queda de 2,8%, enquanto que no Estado, a redução foi de 5,5%.

O mês de dezembro apresentou o melhor resultado registrado no Estado de São Paulo, em termos de receita real, para as MPEs desde o início da crise econômica mundial em setembro de 2008.

No período, por setores, a indústria foi o que registrou o maior crescimento com 6,6%, seguido por comércio (3,7%) e serviços (1,7%). "A indústria foi o segmento mais atingido pela crise e, portanto, tem a base de comparação mais tímida", ressalta Tortorella.

Nas MPEs da Capital e da região metropolitana de São Paulo o crescimento foi de 8% e 4,9%, respectivamente, enquanto no Interior a elevação foi de 2,6%.

"Os setores de comércio e serviços são beneficiados em dezembro por causa das vendas de fim de ano, ou seja, pela sazonalidade. A indústria costuma apresentar queda de faturamento, uma vez que já abasteceu o comércio para o Natal nos meses anteriores", explica Tortorella.

Em termos absolutos, o universo das MPEs paulistas registrou em dezembro receita total de R$ 23,9 bilhões. Na comparação mês a mês (novembro a dezembro de 2009), o faturamento teve crescimento de R$ 212 milhões.

Na comparação de 12 meses (dezembro de 2008 a dezembro de 2009), a elevação foi de R$ 882 milhões.

Na média, a receita real das MPEs paulistas foi de R$ 18.259,13 por empresa em dezembro do ano passado. Por outro lado, as MPEs apresentaram queda de R$ 15,3 bilhões no faturamento real em 2009 em relação a 2008.

 

Maior recuperação ocorreu no último trimestre de 2009

Embora as micro e pequenas empresas tenham apresentado queda de receita, os últimos meses foram de recuperação. Ricardo Tortorella, diretor superintendente do Sebrae-SP, revela que, no último trimestre do ano passado, todos os meses tiveram resultados positivos, em termos de faturamento.

As MPEs encerraram 2009 com perda real de 5,5% em relação a 2008. No período, os três setores de atividade apresentaram redução na receita real: indústria (10,2%), comércio (4,2%) e serviços (4,7%).

Para 2010, a expectativa é boa. Segundo o Sebrae, em janeiro, 56% dos donos de MPEs declararam acreditar em manutenção do faturamento da sua empresa nos próximos seis meses. A proporção dos informantes que preveem aumento de receita foi de 33%. E a parcela de empresários que espera que haja manutenção do nível de atividade da economia nos próximos seis meses é de 57%.




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