Os governos da Espanha e do Marrocos anunciaram nesta terça-feira sua decisão de reforçar a vigilância sobre o tráfego de viajantes entre os dois países através do estreito de Gibraltar. A medida foi tomada diante da situação geral de alerta por possíveis atentados terroristas.

O ministro de Assuntos Exteriores espanhol, Miguel Angel Moratinos, afirmou em uma entrevista coletiva com seu colega marroquino, Taieb Farsi Fihri, que não há dados concretos quanto a um eventual atentado no Marrocos ou Espanha, mas relembrou "a situação em que vive o mundo" para justificar a decisão.

O anúncio destas medidas surge também quando o Marrocos anunciou na sexta-feira ter posto suas forças de segurança em estado de alerta máxima para impedir uma "ameaça terrorista certa" que, segundo os especialistas, viria do braço magrebi da Al Qaeda.

Moratinos relembrou o ataque contra os soldados espanhóis da ONU (Organização das Nações Unidas) no sul do Líbano, em que morreram seis militares em 24 de junho, e a morte de sete turistas espanhóis em um atentado suicida em Iêmen no último dia dois.

A decisão foi tomada próximo à tradicional "operação Passagem do Estreito" em que milhares de imigrantes do norte da África, principalmente marroquinos, voltam a seus países passando pelo Estreito.

O ministério espanhol do Interior informou que cerca de três milhões de viajantes cruzariam neste ano o estreito de Gibraltar da Espanha até Marrocos e vice-versa, o que seria um aumento no tráfego de 6% em relação ao registrado no verão de 2006.