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Em Mauá, Donisete muda e camufla PT

Convenção que confirmou prefeito candidato à reeleição abandona lulismo e escanteia Oswaldo

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
31/07/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A crise política que tomou conta do PT afetou a campanha do prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), à reeleição. O petista iniciou a eleição camuflando o partido e abandonando a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e escanteando até o legado do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT).

Com a gestão envolvida em escândalo de superfaturamento de alimentos destinados à merenda escolar, o chefe do Executivo teve a candidatura homologada ontem, durante convenção realizada no Ginásio Celso Daniel. Poucas eram as bandeiras do PT e o tradicional vermelho que revestia as campanhas petistas deu lugar ao azul. Até a clássica estrela da legenda foi modificada.

Donisete discursou por cerca de 15 minutos, e, ao contrário de quatro anos atrás, ocultou o lulismo. A única a fazer defesa da legenda foi a presidente do PT local, Cida Maia.

Até as administrações de Oswaldo ficaram esquecidas. O ex-prefeito teve espaço no palanque, mas sequer discursou. O cenário de ontem foi completamente distinto do de 2012, quando Donisete exaltava o antecessor e dizia ter o “DNA de Lula” e da então presidente Dilma Rousseff. Naquela ocasião, o então deputado estadual era escolhido prefeiturável após desconstruir o projeto de reeleição de Oswaldo.

O principal momento do ato foi a apresentação do empresário Cleber Broch (PTB) como candidato a vice, em substituição ao vereador Alberto Betão Pereira Justino (PTB). O parlamentar não conseguiu reverter imbróglio jurídico que o enquadra na Lei da Ficha Limpa. Até ontem, o nome de Cleber era desconhecido. Uma das petistas perguntou à equipe do Diário o nome do companheiro de chapa do prefeito.

“Estou contente. O importante é que temos oito partidos (PT, PTdoB, PTB, PDT, PRB, PPS, PV e Pros) nos apoiando. Isso é um bom resultado. Pela primeira vez, o PT abriu a vice (para outro partido), em demonstração de grandeza”, disse Donisete, que exaltou ações de seu governo.

Donisete minimizou denúncias feitas pelo partido do rival e deputado Atila Jacomussi (PSB) a órgãos de controle sobre o superfaturamento de almôndega. “Não é qualquer denúncia no Ministério Público que irá denegrir nossa administração porque prezamos pela lisura e pela responsabilidade”. “Eu tenho todo o respeito pela mídia, mas é impressionante que, quando se avizinha uma campanha eleitoral, aparecem as manchetes para atacar nossa imagem, para desconsiderar o que nós fizemos neste governo”, adicionou. Questionado pelo Diário sobre a polêmica da merenda, o petista foi evasivo. “Perguntem para os pais dos alunos.”

Para se dedicar exclusivamente à campanha, Donisete confirmou que se licenciará do Paço a partir do dia 13. O ex-vice-prefeito Hélcio Silva (PT) assumirá a Secretaria de Assuntos Jurídicos para substituí-lo. A direção do PT informou que 10 mil pessoas passaram pelo evento.




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