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Empresário entra na Justiça contra parque

Carlos Alberto Magon, de S.Bernardo, acidentou-se em brinquedo há 1 ano e ficou tetraplégico

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
21/07/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Há um ano, a vida do empresário Carlos Alberto Magon, 50 anos, morador de São Bernardo, limita-se à sala de sua casa. É no cômodo, deitado em uma cama hospitalar, que ele passa os dias após ficar tetraplégico, ao cair de brinquedo no parque aquático Thermas dos Laranjais, em Olímpia, no Interior, em 21 de julho do ano passado.

Após 12 meses, sua mulher, Solange Cristina Machado Magon, 43, é quem cuida dele, com a ajuda de quatro enfermeiras que se revezam, pagas pelo convênio da família. Durante esse tempo, os familiares se queixam que não obtiveram auxílio do parque. Magon já passou por três internações – na mais recente, ficou hospitalizado por 23 dias para tratar de sepse pulmonar.

“Esta semana, que completa um ano do acidente, é que o parque entrou em contato conosco perguntando se estávamos precisando de algo. Vejo como descaso”, fala Solange.

Hoje, o advogado que representa a vítima, Eduardo Lemos Barbosa, entrará com ação indenizatória no Fórum de São Bernardo, por danos morais, materiais e estéticos. Magon era o administrador da empresa Power Brasil, que atua com locação de geradores. Agora, a filha mais velha, Nathália, 23, auxilia na gestão dos negócios. “Esse acidente deixou tetraplégico um empresário provedor da família formada pela mulher e quatro filhas. A Solange não tem como trabalhar, pois cuida do marido. Eles já gastaram e gastam quantias altíssimas para o tratamento e precisam gastar ainda mais, porque a casa precisa ser reformada para o Carlos sair da sala e ir para o quarto”, fala o advogado, que preferiu não divulgar o valor de indenização a ser pedido. Recebendo a ação, o juiz tem até 30 dias para marcar uma audiência de conciliação.

A família havia ido uma vez ao Thermas, em passagem de apenas um dia. Para desfrutar do complexo, que em 2014 foi considerado o 4º parque aquático mais visitado do mundo, fecharam pacote para uma semana, com hospedagem em hotel na mesma área.

No primeiro dia de passeio, Magon e a filha Júlia, hoje com 15 anos, foram em uma atração chamada Bolha Gigante, onde no topo há uma espécie de chuveiro e a pessoa desliza para uma piscina de um metro de profundidade. “Quando ele chegou no alto, caiu em cima do pescoço”, lembra Solange. Já sem os movimentos dos braços e pernas, Magon levantava a cabeça para não afundar. Júlia pensou que o pai estava brincando, mas quando ele perdeu os sentidos, correu para ajudá-lo e gritou por socorro. “Não tinha ninguém do parque por perto. Fui puxando meu pai sozinha e dois banhistas me ajudaram a tirá-lo”, recorda a adolescente.

Em dezembro, houve outro acidente no mesmo brinquedo. Um turista da Capital, de 53 anos, caiu e sofreu fratura no disco da coluna cervical. Após o episódio, a atração foi interditada. “No fim de março voltou a funcionar e eu estive no parque, com um tabelião. Foi constatado que o brinquedo diminuiu de tamanho. Isso confirma a total responsabilidade do parque”, ressalta o advogado. Um inquérito policial tramita em Olímpia e está em fase pericial.

Magon respira com ajuda de aparelhos e, para se comunicar, é preciso desinsuflar o cuff (cânulas que possuem um balonete interno). Nas vezes em que se comunica, Solange relata que o marido não demonstra abatimento. “A gente se fortalece na força dele”, conclui.

O Thermas dos Laranjais não se manifestou até o fechamento desta edição.  




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