A Arte do Grafite é uma série de eventos previstos para serem realizados em setembro, em Santo André. O pontapé de largada, contudo, será dado este mês com uma oficina gratuita de história da arte, exclusivamente para grafiteiros. As inscrições se encerram na sexta, dia 13, na Casa do Olhar (r. Campos Salles, 414. Tel.: 4992-7730), das 13h às 16h. Os interessados devem apresentar carta de interesse. É bom aos desavisados não confundirem grafite com pichação. O primeiro é pura arte urbana; o segundo, pura sujeira nas ruas. A intenção com esta oficina, portanto, é oferecer uma base teórica e histórica para esses artistas urbanos.

“Serão abordadas na oficina algumas das principais questões da arte contemporânea, por meio da apresentação dos principais artistas dos anos 70 até a atualidade. Instalações, interferências urbanas, o objeto na arte etc, são alguns dos temas. A idéia é fazer, no final do curso, uma visita dos alunos à Bienal de São Paulo”, disse a coordenadora da Casa do Olhar, Paula Caetano. O artista plástico Gilberto Mariotti, cujas obras destacam a ironia e o questionamento da realidade, será o professor das oficinas, que acontecerão de 18 de agosto a 10 outubro, toda quarta-feira, das 14h às 16h.

A partir do dia 26 deste mês será feita uma seleção de grafiteiros que participarão da pintura coletiva do muro do Semasa, no dia 19 de setembro, quando serão escolhidos 20 trabalhos. Como um ou mais desses grafites devem ser executados por grupos – ação comum entre grafiteiros – são esperadas bem mais do que 20 pessoas participando desse trabalho em conjunto.

“Queremos dar visibilidade a quem produz e mostrar a importância dessa arte para a cidade, que é pioneira na adoção de políticas públicas em torno do grafite”, disse a diretora do departamento de Defesa dos Direitos da Cidadania, Marisa Rodrigues. Outros eventos para setembro são seminários nos dias 10 e 11, e uma exposição que abrirá no dia 2 intitulada A Arte do Grafite: A Chegada do Grafite no Brasil, em São Paulo e em Santo André.

O público em geral, principalmente quem conhece grafite como pichação, poderá conhecer essa forma contemporânea de arte em linhas gerais a partir da exposição. “A Arte do Grafite pretende mostrar ao público, e aos que confundem grafite com pichação, um breve e pequeno percurso dessa arte até chegar à cidade”, disse Paula. No dia 19, está prevista a realização de um show, com atração ainda por agendar, mas “deve ser um cantor que tenha relação com grafite”, afirma Marisa.

Tanto a oficina de história da arte, o grafite coletivo e os demais eventos de setembro são uma parceria das secretarias de Cultura, Esportes e Lazer e da Inclusão Social e Habitação. Na equipe organizadora estão os grafiteiros Tota, Ana Clara e Chorão.