Apenas três dias. Este foi o tempo que durou a trégua entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar de São Caetano. As duas corporações voltaram a discutir asperamente durante a ocorrência de roubo de um carro, no início da tarde desta terça-feira. Por causa de uma briga anterior, a guarda já havia sido afastada da função de ajudar na segurança da cidade. O afastamento durou nove dias, mas depois de uma reunião com todos os comandos da PM, Guarda Municipal e também da Prefeitura, os civis voltaram a ajudar na segurança de São Caetano desde a última sexta-feira.

"Eles estão com medo de perder espaço para a gente. Na verdade, estão com inveja", afirmou um guarda que preferiu não se identificar. Outro civil lamenta a situação porque acredita que o principal prejudicado é justamente a população. "A situação acaba sendo constrangedora. Eles brigam com a gente na frente da pessoa que está sendo atendida. Alguma coisa precisa ser feita", completou.

O motivo do novo racha entre as duas corporações começou nesta terça depois que o representante comercial Alberto Luiz Tornato, 50 anos, teve seu veículo roubado por três menores. Quando estava próximo de um cruzamento da rua Baía Grande com a avenida dos Estados, no bairro Fundação, ele foi abordado pelos adolescentes que estavam armados. "Não pensei duas vezes e entreguei o carro na hora", lembrou Tornato, já no 1º Distrito Policial.

Ao tomar conhecimento do roubo, outro motorista avisou três guardas civis. Após 30 minutos, eles encontraram o veículo abandonado na rua Humaitá, também no bairro da Fundação. Os menores não foram localizados.

Quando chegaram para lavrar a ocorrência, segundo os guardas municipais, surgiu uma viatura da Polícia Militar. "O sargento já veio gritando com a gente e pedindo para deixarmos o caso. Ele foi ignorante e quando percebeu que não iríamos abandonar a ocorrência, acabou deixando o local 'queimando' pneu. Foi ridícula a postura deles", afirmou o cível.

A reportagem esteve na 4ª Cia. da Polícia Militar de São Caetano. Um policial informou que os responsáveis que poderiam comentar a nova briga entre civis e policiais militares estavam fora da corporação. O comandante da Guarda Municipal Sallum Kalil informou, por meio de um funcionário, que estava em reunião durante todo o dia.