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São Paulo é o estado que mais desmatou cerrado
Por Do Diário OnLine
Com Agência Brasil
19/02/2007 | 17:25
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Um levantamento da Embrapa Cerrados (unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) detalhou as áreas remanescentes dessa vegetação em nível estadual. O pior resultado foi o de São Paulo. O Estado, que tinha 33% de seu território coberto pela vegetação típica da savana, preservou apenas 15% da área original. Já o melhor resultado foi o do Piauí: permanece 92% da vegetação que compunha 37% da área do Estado.

O Mapeamento de Remanescentes de Cobertura Vegetal Natural do Cerrado verificou a situação dos 207 milhões de hectares desse bioma com base em imagens de satélite de 2002.  Ficaram de fora da pesquisa Amapá, Roraima e Pará, estados amazônicos que também têm áreas de savana.

O percentual de remanescentes nos outros estados pesquisados é o seguinte: 31% no Paraná, 32% no Mato Grosso do Sul, 46% em Goiás, 53% em Minas Gerais, 66% em Mato Grosso, 73% na Bahia, 82% em Tocantins e 89% no Maranhão. O Distrito Federal, originalmente a única unidade da federação integralmente coberta pelo bioma, detém hoje 51% de vegetação nativa. Em todos os casos, são locais em diferentes graus de preservação. As porcentagens computam, por exemplo, pastagens com capins nativos.

De acordo com o coordenador da pesquisa da Embrapa, Edson Sano, ainda que o mapeamento do bioma por meio das imagens do satélite Landsat não tivesse o objetivo de definir o nível de degradação resultante da ação humana na região, isso também é possível. “Em uma etapa posterior, a partir dos resultados já obtidos, é possível selecionar áreas e obter esses resultados”, comentou.

Outro levantamento feito pela pesquisa foi a área remanescente nas diversas bacias hidrográficas. A do Paraná mantém 33% de vegetação original, a do São Francisco, 65%, Amazonas, 68%, Tocantins, 70%, Atlântico Leste, 79% e Atlântico Nordeste, 91%.

Segundo Edson Sano, entre as várias aplicações do mapa criado a partir do levantamento está a avaliação da pressão exercida por núcleos habitacionais próximos a áreas de proteção permanente. “Não foi alvo da pesquisa, mas a análise pode ser feita facilmente. Basta estabelecer um raio em torno dessas áreas para saber o impacto da presença humana ao redor”. Ele cita ainda a possibilidade de quantificar as áreas reflorestadas e de pastagens cultivadas, o que permitiria, por exemplo, a criação de um modelo de uso racional da água.




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