Em meio à posição de Washington de não negociar se não houver renúncia à violência e o reconhecimento ao Estado de Israel, o novo governo palestino de união nacional reuniu-se pela primeira vez neste domingo.

A reunião do gabinete que associa o Hamas e o Fatah foi presidida excepcionalmente pelo presidente Mahmud Abbas, e estendeu-se simultaneamente, através de videoconferência, às cidades de Gaza e Ramallah, na Cisjordânia, uma vez que Israel impede os ministros de se deslocar entre os dois territórios.

"Espero que sejamos todos à altura da responsabilidade e dignos da confiança depositada em nós pelo povo", declarou Abbas.

O primeiro objetivo da nova equipe, dirigida pelo primeiro-ministro Ismaïl Haniyeh, será obter a retomada da ajuda internacional aos palestinos, congelada desde a chegada do Hamas ao governo em março de 2006.

O governo israelense, porém, se pronunciou neste domingo a favor da manutenção do boicote contra o gabinete palestino. "Esperamos que a comunidade internacional não caia na armadilha do novo governo de união palestino e mantenha a linha de conduta adotada para isolar uma administração que não aceita os princípios do Quarteto", declarou o premiê Ehud Olmert.

"O programa do governo inclui elementos sumamente problemáticos que são inaceitáveis para Israel ou para a comunidade internacional, fundamentalmente o direito à resistência e o uso do terrorismo", disse Olmert aos jornalistas.

No entanto, o chefe de governo israelense informou que desejava manter os contatos com o presidente da Autoridade Palestina, apesar de que a aliança concluída com o movimento islâmico Hamas possa, segundo ele, criar tensões.

O Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, União Européia, ONU e Rússia) exige que o governo palestino reconheça o Estado de Israel assim como os acordos concluídos no passado e que renuncie à violência, como condição para retomar a ajuda financeira internacional congelada há um ano.