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Inter protagoniza vexame histórico
Das Agências
15/12/2010 | 07:12
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O futebol pregou mais uma peça naqueles que acreditam ser possível apontar o vencedor antes de a bola rolar. Com estilo envolvente, o Tout Puissant - em português Todo Poderoso - Mazembe, do Congo, mostrou que o sonho não só é permitido como possível de ser realizado. A incontestável vitória por 2 a 0 sobre o Internacional, ontem, no Estádio Mohammed bin Zayed/IP, em Abu Dhabi, pela semifinal do Mundial de Clubes da Fifa, incluiu definitivamente a África no cenário da bola. Ao Colorado, resta chorar uma das mais profundas decepções de sua história.

Desconhecido e ironizado, o Mazembe quebrou a hegemonia de europeus e sul-americanos, que dominavam as disputas internacionais, ao se tornar o primeiro clube africano a alcançar uma final mundial. O adversário da decisão de sábado sai hoje do duelo entre Inter de Milão, da Itália, e Seongnam, da Coréia do Sul. Os gaúchos terão de se contentar com a decepção de disputar o terceiro lugar contra o perdedor do confronto.

Era impossível imaginar outro desfecho para o jogo que não fosse com vitória brasileira. O Inter começou bem e quase abriu o placar com Sóbis, aos dez minutos, ao completar cruzamento rasteiro de Alecsandro. Tudo seguia o roteiro, até que a superioridade colorada começou a perder força diante da marcação africana.

No segundo tempo, o Mazembe se soltou e com tranquilidade construiu a vitória. O primeiro gol saiu aos sete minutos, quando Kabangu dominou na área e chutou sem chances para Renan. O tiro de misericórdia foi dado aos 40, com Kaluyituka mandando rasteiro para o gol.

Após o jogo, era difícil encontrar palavras para explicar tamanha decepção. "Eles fizeram um jogo muito inteligente. É difícil assimilar. Esperei a vida toda para brigar por esse título aqui, mas isso é futebol", declarou o volante Guiñazu. "Só perde um jogo dessa importância quem se habilitou a ele. Constrangedor é não estar aqui. A história do Inter é feita de muitas conquistas e algumas derrotas. Essa, com certeza, nos fará sofrer um pouco, mas não fomos competentes para vencer", assumiu o presidente colorado Vitorio Piffero.

"Tivemos o domínio do jogo, mas não adiantou. Esse continua sendo nosso problema. Infelizmente, em oportunidade ímpar como essa, saímos do Mundial exatamente por aquilo que precisávamos. Por falta da conclusão", analisou o técnico Celso Roth.

 

Torcedores reagem à eliminação com incredulidade e choro

Centenas de gaúchos cruzaram o mundo na expectativa de comemorar o segundo título mundial do Inter. Sem exagero, coloriram Abu Dhabi de vermelho e branco. Outros 5.000 fanáticos lotaram as dependências do Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre. A confiança era extrema. Não havia chances de algo dar errado, mas deu.

O que se viu assim que a partida acabou foi choro incontido misturado a rostos de perplexidade, tanto nos Emirados Árabes como em Porto Alegre. Era difícil acreditar na tragédia que acabava de acontecer.

 "Foi fantástico o apoio do nosso torcedor, talvez isso faça com que essa derrota seja ainda mais dolorida. Mas não podemos desistir. Temos que levantar a cabeça porque em 2011 teremos outra Libertadores e tudo para estar de novo no Mundial", aconselhou o meia Giuliano.

Em Porto Alegre, a volta à realidade dos torcedores que deixavam o Gigantinho antes de o jogo terminar foi mais dolorida. Tudo ao som de fogos, disparados por gremistas, os únicos gaúchos que tiveram algo a comemorar.

 

Inter de Milão coloca prestígio em jogo

Mergulhada em forte crise interna que pode vitimar o contestado técnico Rafa Benítez. Com esse espírito que a badalada Inter de Milão joga a semifinal do Mundial de Clubes da Fifa, às 15h (de Brasília) de hoje, contra o azarão Seongnam Ilhwa, da Coréia do Sul. Embalado com o exemplo do Mazembe, os coreanos sonham em aproveitar o momento ruim do rival para fazer história e ser o primeiro asiático a chegar à final.

A fase da equipe italiana não é boa. No Calcio, a Inter está 13 pontos atrás do líder, o rival Milan, e na Liga dos Campeões se classificou em segundo lugar para as oitavas de final, depois de perder por 3 a 0 para o Werder Bremen, na última rodada de seu grupo.

A imprensa italiana especula sobre possíveis sucessores de Benítez, apontando, inclusive, o técnico da Inglaterra, Fabio Capello, como favorito. Para a diretoria, no entanto, o espanhol está garantido no cargo. "Estou tranquilo, a equipe também está feliz e queremos vencer este torneio. Estamos com vontade de trabalhar e desejamos fazê-lo bem", comentou Benítez..

Apesar da aparente tranquilidade, qualquer resultado que não seja o título nos Emirados Árabes será considerado grande decepção pelos italianos e deixará o treinador à beira da demissão.

Para tentar evitar a derrota, Benítez conta com o retorno do lateral brasileiro Maicon, além do poder ofensivo do camaronês Samuel Eto'o, do argentino Diego Milito e do holandês Wesley Sneijder.

O goleiro Júlio César é outro que retorna, após 45 dias afastado dos gramados. "Para os europeus, a Liga vale mais do que o Mundial. Mas para nós, sul-americanos, o torneio é valorizado, até pela cultura do brasileiro, de querer vencer. Como nosso time tem muitos sul-americanos, vamos entrar para vencer", disse o arqueiro, referindo-se aos quatro brasileiros, três argentinos e um colombiano que integram o elenco.




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