Setecidades Titulo
Assassinos do segurança de Lula queriam roubar um Gol
Por Javier Contreras
Do Diário do Grande ABC
31/07/2003 | 00:10
Compartilhar notícia


Foto: Rivaldo Gomes A dupla que participou do assassinato do subtenente do Exército Alcir José Tomasi, 44 anos, que fazia a escolta de Sandro, 23 anos, um dos filhos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Santo André, apenas pretendia roubar um carro por encomenda. O carro visado, porém, não era um Astra – carro blindado alugado pela Presidência da República – e sim um Gol Geração 3. "Eles deram uma volta a pé pelo bairro e, como não conseguiram encontrar um Gol, resolveram roubar o Astra para circular e conseguir localizar o carro encomendado", disse o diretor do Departamento Judiciário da Macro São Paulo (Demacro), Nelson Silveira Guimarães. O crime aconteceu no dia 18 de junho, na frente da casa da namorada do filho do presidente, na alameda Calcutá, em Utinga.

A polícia também informou que Tomasi foi assassinado a sangue-frio porque, depois de rendido, não quis se ajoelhar como ordenaram os criminosos. O subtenente, então, foi baleado com um tiro na cabeça. Segundo a polícia, caso acatasse a exigência dos ladrões, Tomasi possivelmente seria morto de qualquer forma, já que os ladrões sabiam que ele era policial do Exército. O cabo Nivaldo Ferreiro dos Santos, 29, após o tiro fatal em seu colega, correu e conseguiu fugir dos criminosos, mas também foi baleado, sem gravidade.

Como o Diário adiantou na edição da quarta-feira, Matson Rodrigo Alcântara Ribeiro, 19 anos, o Gui, foi preso no fim da noite de terça-feira em São Miguel Paulista, na zona Leste, próximo à divisa com Santo André. Ele confessou à polícia ter participado do crime e apontou o cúmplice Diogo Neiva Daniel, 21. Após averiguações, a polícia descobriu que Daniel havia sido preso no dia 1º, n um flagrante de tentativa de roubo de carga, na área do 62º DP da capital. Segundo a polícia, Daniel também confessou ter participado do crime, mas acusou Gui de ser o autor do assassinato. Gui fez a mesma acusação contra Daniel.

Foto: Rivaldo Gomes As impressões digitais dos dois envolvidos foram encontradas no Astra da Presidência, abandonado momentos depois em uma rua próxima. Eles roubaram um outro Astra para escapar de uma perseguição que seguiu até a zona Leste da capital. Segundo a polícia, as duas pistolas calibres 380 dos policiais e a outra pistola de mesmo calibre usada no crime foram jogadas pela dupla em um rio.

Inteligência – O caso foi desvendado após policiais do Centro de Inteligência da Polícia (CIP), setor especializado do Demacro, terem feito um levantamento detalhado da forma como foi feita a abordagem dos ladrões e um mapeamento dos crimes na área.

A dupla teria se identificado como policiais da Corregedoria e obrigado os militares a entregarem as armas. "Descobrimos que eles faziam a mesma abordagem em outros crimes, o quê e em qual área roubavam, e conseguimos identificar que um deles tinha o apelido Gui. Depois, foi (preciso) descobrir seu paradeiro", disse Guimarães.

Os dois disseram à polícia que após a abordagem fizeram a revista e os colocaram de frente para um muro da rua. Depois, exigiram que ajoelhassem. Tomasi não acatou a ordem, que possivelmente também seria uma sentença de morte.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;