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Meligeni mostra nova face do tênis
Por Kati Dias
Do Diário do Grande ABC
11/07/2005 | 08:34
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O ex-tenista Fernando Meligeni, o capitão brasileiro na Copa Davis, acredita que o confronto com as Antilhas Holandesas, pela terceira divisão do torneio, que vai acontecer de sexta a domingo em Joinville (SC), vai mostrar que o tênis brasileiro mudou de cara. O ex-atleta, que conversou com a reportagem do Diário na última terça-feira, no lançamento de um torneio reconhecido pela ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) – que será disputado no próximo final de semana em Campos do Jordão –, ressaltou que o retorno à elite mundial não depende apenas dos jogadores brasileiros, mas também da reorganização de uma modalidade que perdeu a credibilidade internacional por causa de disputas políticas.

"Ficamos um ano mergulhados em problemas, que começaram com o boicote dos principais tenistas do país depois da eliminação da Copa Davis (o Brasil perdeu a vaga no Grupo Mundial para o Canadá, em 2003)", explicou Meligeni. Gustavo Kuerten, Ricardo Mello, André Sá e Flávio Saretta se recusaram a defender o Brasil na competição, enquanto Nélson Nástas continuasse no comando da CBT (Confederação Brasileira de Tênis). O país caiu para a segunda divisão, e o ex-presidente colocou os juvenis em ação, que não suportaram a pressão. Agora, o capitão acredita que o tênis brasileiro voltará a crescer, porém, é necessário um pouco de paciência. "Isso não vai acontecer do dia para a noite. Muita gente acha que no tênis só tem corrupto. É muito difícil fazer um nome, mas é muito fácil acabar com ele", disse Meligeni.

O ex-atleta ressaltou que a recuperação do tênis será demorada, já que a CBT tem várias dívidas, entre elas de US$ 61 mil com o Cosat (Confederação Sul-Americana de Tênis). Em março, o presidente Jorge Lacerda da Rosa parcelou o débito e saldou 5% do montante. "O investimento hoje é muito difícil. Não temos um caixa grande e, por isso, não conseguimos colocar em prática os nossos projetos", afirmou Meligeni.

A frágil situação política da entidade, que já sofreu dois recursos, neste ano, com a tentativa de embargar a eleição de Lacerda da Rosa, também prejudica a capitação de patrocínios. A Federação Mineira, aliada do ex-presidente Nélson Nástas, buscou nova intervenção na CBT, que foi negada pela Justiça.

Confiança – A brusca queda do catarinense Gustavo Kuerten no ranking de entradas da ATP, – na 215ª colocação –, não abala a confiança do capitão. "Tenho certeza que o Guga voltará a jogar o seu melhor tênis quando recuperar a forma. O Guga estará ainda mais motivado porque atuará em casa", explicou Meligeni, ao lembrar que os jogos acontecerão em Joinville, próximo de Florianópolis.

Além disso, Meligeni ressaltou que o Brasil conta com outros tenistas que acumulam experiência no circuito profissional, como André Sá e Flávio Saretta. Ricardo Mello está entre os 50 melhores tenistas do mundo. "Quero chegar ao Grupo Mundial da Davis. Só que não dá para correr. Temos de derrotar as Antilhas Holandesas, depois vencer a final. Em 2006, teremos pela frente a segunda divisão. Quem sabe na final do ano que vem, voltamos à elite?", disse Meligeni.




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