Os poloneses votam neste domingo em eleições legislativas antecipadas, que a oposição liberal espera vencer após dois anos de poder controverso dos irmãos gêmeos conservadores Kaczynski.
Diversos comentaristas e também políticos dizem que esta votação é a mais importante desde o fim do comunismo. "São as eleições parlamentares mais importantes desde 1989", declarou o presidente da Diete (Câmara baixa), o conservador Ludwik Dorn após votar.
Desde à volta da democracia, a participação custa a passar dos 50%. Há dois anos, o índice foi de 40,5%, mas desta vez os institutos de pesquisa prevêem maior mobilização em razão da polarização do eleitorado. Os colégios eleitorais foram abertos às 6h local (2h de Brasília) e fecharão às 20h (16h de Brasília). Mas dois colégios abriram com 20 minutos de atraso.
Segundo especialistas, o resultado da votação é bastante incerto, sobretudo após a inesperada vitória do líder da oposição liberal, Donald Tusk, no último debate, exibido na televisão, na sexta-feira passada, entre ele e o primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski.
Jaroslaw, conhecido por ser um bom orador, não foi bem no debate, não conseguindo responder de forma clara a perguntas sobre os principais problemas do país, como o aumento dos preços dos alimentos ou o baixo salário pago às enfermeiras. As últimas pesquisas indicavam empate técnico entre o partido conservador e nacionalista 'Direito e Justiça' (PiS) dos irmãos Kaczynski e 'Plataforma Cívica' (PO) de Donald Tusk, partido liberal e pró-europeu.
Cada um dos partidos possui entre 30% e 40% das intenções de voto. A esquerda, que perdeu o poder em 2005 após vários escândalos de corrupção, não chega aos 15%, apesar de ter renovado sua direção e de ter formado uma aliança, tendendo para o centro, com o LID (Esquerda e Democratas).
Os outros partidos não chegam aos 5%, mínimo necessário para serem representados no Parlamento. Entre esses partidos, está a ultracatólica LPR (Liga das Famílias Polonesas) e o partido populista Autodefesa, até pouco tempo aliado do governo junto ao PiS.