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Região ainda sofre com apagão

Até ontem, bairros de Santo André e São Caetano
permaneciam no escuro; Eletropaulo não deu prazo

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
31/12/2014 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Após quase 48 horas da tempestade que atingiu o Grande ABC na madrugada de segunda-feira, bairros de Santo André e São Caetano ainda sofriam ontem com a falta de energia elétrica. O apagão fez com que muitos moradores tivessem prejuízos, principalmente com a perda de alimentos que estavam armazenados em refrigeradores. Até o fechamento desta edição, não havia prazo para normalização do serviço.

Em Santo André, as regiões mais afetadas foram Camilópolis, Utinga, Bangu, Parque das Nações e Parque Novo Oratório. Já em São Caetano, o bairro mais prejudicado foi o Cerâmica. A esteticista Nídia Maria Zaffallon Scarpita, 35 anos, relata que, na madrugada do dia 29, uma árvore caiu sobre a fiação elétrica perto de sua casa, mas que os galhos só começaram a ser retirados ontem. “Tivemos que jogar no lixo tudo o que estava na geladeira, inclusive as coisas para a ceia de Ano Novo”, lamenta. Ela cita que a Avenida Pinhal também estava sem iluminação pública. “Fiquei com medo de assaltos, ainda mais porque o meu portão é automático. Na noite passada, eu e meu marido formos dormir na minha mãe.”

No Parque Novo Oratório, quarteirão da Avenida Araucária ainda permanecia no escuro no fim da tarde de ontem. Desde a madrugada de segunda-feira, a família Teixeira tem feito o que pode para conseguir executar atividades cotidianas. “Meu cunhado precisa fazer inalação todas as noites para dormir, mas, sem poder usar o aparelho, tem que ficar à base de remédios”, diz a dona de casa Sirlene Teixeira, 64.

Como protesto, o comprador Ailton Zapparoli, 48, morador do bairro Utinga, pretende juntar em uma caixa todos os alimentos de sua casa que estragaram por falta de refrigeração e levá-los até a agência da concessionária AES Eletropaulo em Santo André. “Já tenho uns 30 protocolos de reclamação, mas, até agora, nada foi feito”, critica. Ele garante que irá exigir da empresa o ressarcimento pelas horas sem eletricidade.

Os consumidores que perderam aparelhos em razão da pane poderão protocolar, junto à concessionária, o PID (Pedido de Indenização por Danos Elétricos) em até 90 dias. Para isso, precisam informar data e horário do problema, relato da ocorrência, descrição do equipamento e comprovação da titularidade. Não são aceitos pedidos de ressarcimento por danos morais, lucros cessantes ou outros danos emergentes. Técnicos da companhia farão inspeção no local do chamado para verificar se o caso é passível de reembolso.

Apesar dos relatos dos moradores, a AES Eletropaulo afirma que “não há bairros sem energia”. A empresa atribui a pane ao vendaval de mais de 100 km/h e à queda de 5.000 raios e diz que 2.000 eletricistas estão trabalhando na reconstrução dos trechos danificados. A companhia informa que a maioria dos problemas está concentrada nos bairros paulistanos Vila Mariana, Moema, Vila Olímpia e Ipiranga.(colaborou Vanessa de Oliveira)

Procon cobra esclarecimentos da concessionária de energia elétrica

O Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) do Estado notificou na tarde de ontem a concessionária AES Eletropaulo solicitando as providências tomadas devido à falta de energia na Capital e no Grande ABC. O órgão já recebeu 49 reclamações por este motivo desde domingo.

A empresa tem 24 horas para responder aos questionamentos feitos pelo Procon, como o número de chamados realizados, a quantidade de equipes deslocadas para atendimento, quantos locais ainda precisam ser atendidos, o prazo final para a solução de todos os chamados pendentes, entre outras solicitações.

O diretor executivo do Procon, Alexandre Modonezi, orienta os clientes a tentarem resolver a situação com a concessionária e, se não houver acordo, acionar o órgão. 




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