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Polícia investiga delegados na liberaçao de suspeitos
Por Do Diário do Grande ABC
12/03/2000 | 16:11
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A Corregedoria de Polícia Civil vai abrir nesta segunda-feira uma sindicância para apurar os procedimentos tomados pelas Delegacias de Maricá, na Regiao dos Lagos, e de Repressao a Entorpecentes (DRE), no Rio, na prisao de dois suspeitos de pertencerem a uma quadrilha interestadual de tráfico de drogas. Os titulares das duas delegacias divergiram na apuraçao do caso, o que resultou na liberaçao dos suspeitos.

O fato provocou um mal-estar entre os dois delegados. "Vamos os ouvir os titulares para saber quais foram as linhas de investigaçoes que escolheram para ocasionar a divergência", disse o chefe de Polícia Civil, Rafik Louzada.

O caso ocorreu em fevereiro deste ano. Os dois suspeitos foram detidos pelo titular da delegacia de Maricá, Cidade Oliveira. Um deles, Wilson Carlos Weirich, descreveu em depoimento conexoes, nomes de pessoas ligadas ao tráfico interestadual de drogas e contou que cada quadrilha recebe ajuda de um grupo de policiais.

Oliveira relatou o fato ao coordenador de Polícia da Area do Interior, Humberto Correia Gomes, que o encaminhou a Louzada. O chefe da polícia o orientou a entrar em contato com o delegado de Repressao a Entorpecentes, Cláudio Vieira.

"O depoimento contava detalhes importantes", disse Oliveira. Ele referia-se ao relato de Weirich. "Nao sei quais foram os motivos que levaram o titular da DRE liberar os suspeitos quando eles mereciam ter ficado presos."

Para surpresa de Oliveira, o delegado da DRE, após ouvir um novo depoimento de Weirich e de seu colega, Isidro Zorilha da Silva, considerou que os relatos nao continham informaçoes que justificassem a prisao dos dois suspeitos. "Nao entendi por que ele nao expediu o mandado de prisao", questionou Oliveira.

"A DRE deveria ter realizado investigaçoes antes de liberá-lo; no entanto, é difícil julgar a atitude de cada um." Vieira nao foi localizado pela Agência Estado.

Os dois suspeitos foram detidos quando Silva foi vítima de tentativa de execuçao na Praia de Itaipuaçu, próximo ao centro de Maricá. Dois homens tentaram matá-lo, mas Silva escapou dos disparos. Apenas dois tiros o atingiram de raspao.

Ele foi socorrido e levado para o Hospital de Maricá, e o ferimento de Silva chamou a atençao da polícia que passou a vigiá-lo. No dia em que ele foi visitado por Weirich, que dizia ser seu `amigo', os dois acabaram detidos para investigaçoes.




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