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Morador do Zaíra reclama de mau cheiro que sai de aterro

Odor é causado pela emissão de gases comuns em aterros, como o enxofre

Por Lukas Kenji
Especial para o Diário
17/12/2011 | 07:00
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O Centro de Tratamento de Resíduos Leste foi inaugurado em novembro de 2010 no bairro de São Mateus, na Capital. Apesar de atender São Paulo, o aterro tem interferido no dia a dia de moradores de Mauá. Quem vive no Jardim Zaíra não suporta mais o cheiro forte causado pelo aterro.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo informa que o cheiro é causado pela emissão de gases comuns em aterros, como o enxofre.

Morador do bairro há 17 anos, o auxiliar de enfermagem Sebastião Moreno, 50, diz que cansou de reclamar à Prefeitura de Mauá. Os transtornos para ele e sua família são tantos que as duas filhas menores foram morar com a irmã mais velha, em Santo André.

"As meninas ficavam com irritações na pele e tinham problema para dormir. Elas não aguentavam mais. É ruim viver longe delas, mas foi a única solução." Moreno comenta ainda que já tentou vender sua casa várias vezes para viver perto das filhas, mas ninguém quis comprar.

É a mesma situação da moradora Josefa da Costa, 28 anos. Na porta de sua casa está uma placa com anúncio de venda, colocado há alguns anos. Ela espera mudar o quanto antes, porque se preocupa com a saúde da filha de 7 anos, que tem bronquite. "Ninguém quer morar aqui. Quando a gente fala com um comprador e ele fica sabendo que moramos ao lado de um lixão fedido como esse, eles não querem fechar negócio."

De acordo com a professora de toxicologia da Faculdade de Medicina do ABC Irene Videira de Lima, a inalação de qualquer tipo de gás tóxico já é prejudicial à saúde. "O caso desses moradores é pior ainda, uma vez que inalam diariamente o odor do aterro." Ela comenta ainda que problemas respiratórios e cardiovasculares são intensificados, assim como irritações alérgicas são mais frequentes.

Apesar dos relatos, a Prefeitura de Mauá afirma que não foram registrados problemas de saúde com relação ao aterro nos postos médicos do bairro. Quem também desconhece os problemas é a concessionária administradora do aterro. A Eco Urbis afirma que suas instalações são ambientalmente seguras. Apesar das reclamações, a companhia informa que mantém contato com os moradores regulamente.

A Cetesb informa que aterros não devem emitir qualquer tipo de odor, e que o problema pode ser resolvido com simples processo de cobrir o lixo com terra no fim de cada dia. A companhia afirma também que são feitos estudos periódicos de qualidade do ar no entorno do aterro e não foram constatados problemas. Na presença de irregularidades, a companhia pode multar e autuar a operadora do local.




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