Política Titulo Vice de Marinho
Frank Aguiar depõe na PF
sobre denúncia de tráfico

Vice-prefeito de S.Bernardo se apresenta
voluntariamente para se defender no caso

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
08/10/2014 | 07:00
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Futura Press


O vice-prefeito de São Bernardo, Frank Aguiar (PMDB), prestou depoimento ontem na PF (Polícia Federal), em São Paulo, sobre acusação que envolve seu nome em esquema de tráfico de drogas. O peemedebista se apresentou voluntariamente na sede da instituição para se defender no caso. A polícia apura eventual relação do cantor com o traficante internacional Jaílson Lopes de Souza, o Jabá. As investigações apontam que o músico recebeu propina para facilitar lavagem de dinheiro.

Conforme a denúncia, a qual o Diário teve acesso aos documentos, o vice de Luiz Marinho (PT) aparece em escutas telefônicas conversando com Jabá, “largamente conhecido nos meios policiais como traficante internacional de substâncias entorpecentes e com vida pregressa negativada pelas condutas criminosas”. Inquérito aberto em 2011 mostra elo entre os dois, com ligação de amizade estreita. O número dois da Prefeitura convocou coletiva de imprensa hoje para falar sobre o episódio.

A acusação indica menção de que Jabá explorava o prestígio de Frank, como vice-prefeito, criando rede de empresas fantasmas para lavar dinheiro oriundo do tráfico e venda de combustível adulterado. O político teria sido pago para destravar negócios da quadrilha, entre eles a venda de uma concessionária na Paraíba. Trechos da interceptação, com autorização judicial, demonstram o suposto pagamento de valores ao traficante, em momento que o criminoso fala para amigo que o peemedebista “já agilizou o esquema”.

Frank negou envolvimento com o tráfico e justificou que compareceu à PF para se colocar “totalmente à disposição” das averiguações e dos órgãos de controle. Segundo o vice, candidato derrotado na disputa a deputado federal, o episódio teve conotação política para denegrir sua “imagem às vésperas” do pleito – ele obteve 26.013 votos no domingo. “Estou sendo vítima de terrorismo eleitoral, cruel, com forte prejuízo moral. Se o caso é de 2011 por que apareceu a quatro dias da eleição? É muito estranho. Vejo como armação política.”

O peemedebista admitiu ser amigo de Jabá, porém descartou relação com qualquer tipo de negócio do traficante, de quem comprou casa no condomínio de luxo Swiss Park, em São Bernardo. “Ele é meu vizinho, mora no mesmo condomínio, onde moro há 15 anos. Às vezes, a gente não conhece os amigos a fundo. Se for comprovado que ele está ligado a coisa errada corto ligação”, disse, reiterando que tomou a iniciativa de ir à sede da polícia “por não dever nada”. “Fiz questão. Isso não é normal. Não tenho medo que levantem toda a minha vida, minha história. Produzi, inclusive, documento deixando aberto meu patrimônio para esclarecimentos sobre a situação.” 




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