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Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

A saúde em primeiro lugar
Do Diário do Grande ABC
18/08/2020 | 23:59
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O pânico criado pela pandemia do novo coronavírus afetou a vida da população mundial. A necessidade de isolamento físico adiou projetos, afetou a economia e, infelizmente, fez com que muitos pacientes postergassem os cuidados com a saúde. O diagnóstico e tratamento de muitas doenças, como câncer e hipertensão, tiveram reduções sensíveis nos últimos meses. O mesmo ocorreu com as consultas. O fenômeno não é exclusividade nossa e ocorre em vários países. Em Portugal, agora em julho, o Sistema Nacional de Vigilância de Mortalidade do país registrou aumento de 24% de mortes não relacionadas com a Covid-19 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Nos Estados Unidos os pacientes com câncer, por exemplo, reduziram os cuidados. No Brasil, entre diversos indicadores, o Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) registrou queda de 30% no número de pacientes novos que procuram a instituição no início da pandemia.

As complicações desse adiamento terão reflexos no curto, médio e longo prazos tanto na saúde pública como no setor privado. Entretanto, elas serão mais sensíveis para os pacientes que poderiam ter tomado decisão capaz de salvar sua vida. O tempo é fator importante no tratamento do câncer. Alguns tumores são extremamente agressivos, como é o caso do câncer de pulmão, que tem letalidade de 99% para pacientes de qualquer idade sem diagnóstico e tratamentos adequados. No caso da Covid-19, os índices variam entre 6% e 10% nas pessoas acima de 80 anos. Para outros tipos de câncer, cuidados devem seguir os mesmos critérios. Quanto mais cedo diagnosticado o tumor, maiores são as chances de resultado positivo para o paciente.

No sistema de saúde, os efeitos dos adiamentos serão igualmente danosos. Podemos enfrentar crescimento na procura por tratamento – cirurgias e quimioterapias – com o risco de encontrarmos os serviços de saúde sem condições de atender essa alta da demanda no futuro. Por isso, o paciente não deve adiar sua consulta ao médico. A telemedicina, por exemplo, pode reduzir o número de visitas ao especialista contribuindo para diminuir a exposição aos riscos da pandemia. Outra boa alternativa vem do sistema de saúde. Os hospitais vêm adotando medidas para reduzir os riscos de contaminação pela Covid-19 separando pacientes desse novo coronavírus dos demais. Portanto, neste momento, o maior risco para o paciente é não tratar o câncer. O essencial é procurar especialista e tirar as dúvidas. Com certeza, ela vai indicar o melhor caminho e ajudar o paciente a superar este momento tão difícil na vida de qualquer pessoa.

Ramon Andrade de Mello é médico oncologista, professor de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove (Universidade Nove de Julho) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).


PALAVRA DO LEITOR

Opinião
Que auspicioso ler esta coluna Palavra do Leitor, publicada neste prestigioso periódico Diário (dia 17), na qual a maioria das missivas é de leitores que sabem como é nefasto ter presidente integralista, ignaro, tosco, rançoso e preconceituoso. Fora, Bolsonaro!
João Paulo de Oliveira
Diadema

Resposta
Sobre a carta do leitor William Borges (Negligência, ontem), a gestão refuta o termo utilizado. O que o leitor chama de ‘negligência’, por falta de informação, nós superamos com trabalho sério e com planejamento, resolvendo problemas da cidade de décadas de descaso. Ao invés de criticar e atacar, sugerimos que o munícipe se informe e se aprofunde no caso. Para tanto, disponibilizamos o processo para consulta. E, se o munícipe tiver alguma sugestão para ajudar a solucionar o problema, estamos abertos à sua contribuição. A Prefeitura de Santo André informa, por meio do Semasa, que já iniciou providências administrativas e estudos internos para execução da obra no local. No entanto, em 14 de junho, após vistoria da autarquia, técnicos constataram que a edificação que faz fundos com o muro de arrimo se encontra completamente habitada, inclusive de forma irregular, já que o imóvel em questão não possui habite-se. A fim de preservar a integridade física e material dos moradores, foi solicitada em juízo a desocupação e liberação do imóvel para execução das obras, pois é imprescindível que o imóvel que faz fundos, onde vai ser construído o muro de arrimo, esteja desocupado. Segundo avaliação do Semasa, há risco iminente durante a execução da obra, relacionado às características do terreno. Chuvas e ventos fortes podem provocar deslizamento, desmoronamento e desabamento do imóvel em questão. A autarquia aguarda o julgamento do pedido junto à Justiça. Importante dizer que a Justiça determinou que o Semasa proceda com a execução das obras, mas o processo ainda se desenrola para que sejam apuradas responsabilidades sobre a queda do muro.
Prefeitura de Santo André

Extinções
Causa estranheza o tom belicoso com que o Diário trata, em Editorial, o envio à Assembleia Legislativa do projeto de lei que propõe a redução de despesas na esfera pública estadual (Opinião, ontem). A proposta foi encaminhada com transparência e a gestão coloca-se à disposição para a discussão, compatível à conduta do governador João Doria, sempre aberto ao diálogo. As discussões serão realizadas no âmbito da Alesp, ambiente do debate, uma vez que conta com representantes eleitos por toda a sociedade. As reformas administrativa e tributária são necessárias neste momento para garantir que seja sanado o rombo de R$ 10,4 bilhões previsto para 2021. Tal medida é fundamental para que possam ser executadas as ações programadas em prol da população, incluindo projetos de mobilidade da região, bem como pagamento de servidores e fornecedores. As empresas e fundações a serem extintas representam corte de gastos em estruturas inchadas. Por meio do programa Casa Paulista, o Estado viabilizou 100 mil contratos para novas moradias, em apenas dois anos. O governo não precisa, portanto, de empresa intermediária para desenvolver política habitacional séria e eficiente. Da mesma forma, a extinção da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) não significará o fim ou o prejuízo dos serviços dos ônibus metropolitanos. Pelo contrário. As linhas concedidas serão mantidas com mesma qualidade, dentro de estrutura organizacional menos onerosa. Enxugar a máquina pública é obrigação de todo governante. Ao contrário do que o jornal afirma, o governador João Doria tem se mantido aberto ao diálogo com as sete cidades e olhar atento às demandas da população.
Secretaria de Estado de Projetos, Orçamento e Gestão 




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