Não faltava mais nada no estilo versátil de Pará. Como se já não bastasse a polivalência do meia no esquema do técnico Sérgio Soares, o antigo ala também virou matador nos 5 a 1 de sexta-feira contra o Barueri na casa do adversário.

Além de marcar dois gols, o criativo Pará soube combater na hora certa, fechar os espaços no momento exato e recorrer à velocidade nos instantes que mais precisaria exercer o trabalho de ligação. "Segredo? A bola sobrou duas vezes na minha frente. Aí soltei o pé em cima do goleiro deles", relatava Pará, no saguão da Arena, depois de aceitar as desculpas de Rodrigo Pontes, que o havia caçado sistematicamente. "Tudo bem. Isso acontece", respondeu Pará, sem que revelasse nenhum tipo de mágoa do arrependido rival.

Foram inúteis as recomendações de Emerson Ávila. Antes do jogo, o treinador do Barueri não se cansou de alertar que Pará e Márcio Mixirica mereciam cuidados redobrados. Ele entendia que ambos preocupavam até mais do que Marcelinho Carioca. Ávila nem sabia que o Xodó, gripado, seria vetado pelo departamento médico do Santo André.

As recomendações do comandante do Barueri foram inúteis. Afinal, Pará e Márcio Mixirica (um dos principais personagens do massacre, a exemplo de Maikon e de Elton Brandão) desequilibraram como nunca.

Sérgio Soares reconheceu a importância de Pará no resultado que tirou o Santo André das últimas colocações para colocá-lo no bloco intermediário da tabela da Série B do Brasileiro. "O time todo me agradou. É natural que acreditássemos na vitória, mas não vou mentir. Ninguém aqui poderia admitir uma goleada. Isso não desmerece o Barueri. São coisas que ocorrem no futebol", disse.

Os estreantes Marcel (na zaga) e Cicinho (na ala-direita), que igualmente ganharam elogios, devem permanecer como titulares diante do São Caetano, terça-feira à noite, no Bruno Daniel, que será reaberto neste fim de semana.