Política Titulo Cartel
Marinho contrata empresa
alvo do Gaeco por fraude

Capricórnio integra Máfia dos Uniformes, mas vence
licitação em S.Bernardo para receber R$ 29,2 milhões

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
07/01/2014 | 07:19
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Ricardo Trida/DGABC


Investigada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) por integrar cartel que fraudava em licitações em Londrina, no Paraná, e supostamente em São Bernardo, a Capricórnio S/A foi declarada vencedora do certame para fornecimento de uniformes escolares pelo governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT). A projeção é a de que a Capricórnio receberá R$ 29,2 milhões pelo serviço por 12 meses.

A empresa triunfou na disputa de quatro dos seis kits de material licitados pelo governo Marinho. Os quatro blocos representam a maior fatia de valor do edital, pois fornece roupas para alunos do Ensino Infantil e Ensino Fundamental – ao todo, são 157.511 estudantes. A distribuição de vestimenta para EJA (Educação de Jovens e Adultos) e para professores ficará a cargo da Ducontex Indústria e Comércio de Manufaturados Ltda (são 16.233 beneficiados e R$ 1,2 milhão de custo).

A Capricórnio, segundo o Ministério Público, faz parte da denominada Máfia dos Uniformes, que, de acordo com o Gaeco, atuou em Londrina e que pode ter burlado licitação em São Bernardo em 2009, primeiro ano de governo de Marinho. Atas de registro de preços feitas na administração petista serviram de molde para falcatrua em Londrina, onde foi comprovado desvio de R$ 3,1 milhões com superfaturamento de venda dos produtos.

Além da Capricórnio, estava associada ao cartel a empresa G8 Comércio de Equipamentos, Serviços e Representações – atual Fio Paraná –, que venceu licitação para distribuição de kits escolares para a rede de São Bernardo em 2009. Somente com esse contrato, a Fio Paraná recebeu R$ 8,7 milhões do Executivo capitaneado por Marinho.

O MP do Paraná ofereceu denúncia contra 19 pessoas por envolvimento na Máfia dos Uniformes, dentre elas o ex-prefeito Homero Barbosa Neto, secretários municipais e o empresário Marcos Divino Ramos. Marcos Divino é dono da Fio Paraná e foi preso.

Procurada pela equipe do Diário, a Prefeitura informou que não iria se manifestar, pois os contratos ainda não foram assinados, a despeito de o resultado de o edital já ter sido publicado. A Capricórnio também não se posicionou sobre o acordo nem sobre o andamento das investigações de casos em Londrina e em São Bernardo.
 




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