O forte aguaceiro impediu que os dois times rolassem espontaneamente a bola, ontem à tarde, no Bruno Daniel. O estádio, ainda interditado, manteve os portões fechados aos poucos torcedores do Santo André que, isolados no lado de fora, viram outro empate do time de Pintado no Paulistão agora contra o Ituano (1 a 1). Apesar de tudo, alguns lá permaneceram, fieis, para testemunhar, mesmo distantes do cenário, a luta de quem persegue a primeira vitória no Estadual.

Os gols ficaram para o segundo tempo. Aos 27, os visitantes abriram a contagem - Anderson Sales, ao soltar o arremate da intermediária.

Aos 35, o garoto Edilson, 17 anos, que acabava de substituir Aloísio, lavou a honra de quem chegou ao 1 a 1 muito mais na persistência do que da fluência na troca de passes. Nem seria possível debaixo das chuvas. As duas equipes teriam sido moralmente absolvidas pelo que não puderam apresentar naquele piscinão.

O menino Edilson Tavares dos Santos, de 1,85m, teve a estreia que pediu aos céus. O canhotinha conseguiu mudar a cara do Santo André ao ditar o ritmo no lado esquerdo. As inversões no setor mostraram que lá estava o mapa da salvação de quem havia, aparentemente, sentido um duro golpe no supreendente gol do Ituano.

 "Aí a bola sobrou na minha frente. Dei um toque de leve para completar o rebote (no cruzamento de Sandoval). Espero que seja o começo de minha história no Santo André. Vou lutar pelo meu espaço como titular. Glória a Deus", agradeceu o carioca Edilson, que um dia, ainda criança no infanto, sumiu do Flamengo para tentar a sorte no Confiança e Sete de Julho (os dois de Sergipe).

Antes de atuar pelo Santo André na Copinha de Juniores, o principal personagem das entrevistas de ontem estagiou três meses no Rennes (França). Nem as arquibancadas vazias o entristeceram no momento em que, todo feliz, Edilson correu para os abraços dos companheiros.